Safra de arroz vai cair 12% no país
Falta de água no cultivo e redução da área plantada estão entre os motivos
A safra brasileira de arroz deverá apresentar, na temporada 2021/22, redução de 2,4% na área plantada em comparação à safra anterior, atingindo 1.638,8 milhões de hectares, enquanto a produção passará a atingir 10.348,2 milhões de toneladas, uma redução de 12,1% em relação à safra 2020/21. A questão climática no Brasil mostra uma situação tanto de estresse hídrico quanto excesso de precipitações, dependendo da região, e que compromete o desempenho das safras, sendo um dos fatores determinantes para as expectativas da safra 2021/22. Os dados foram contabilizados pela Conab.
A área de arroz irrigado é estimada em 1.305,1 milhões de hectares. Quanto ao arroz de sequeiro, a previsão é de redução de área em 10,8% em relação à safra 2020/21, estimada em 333,7 mil hectares. No final de fevereiro, 100% das lavouras já haviam sido semeadas no país, e 13,5% da safra nacional já colhida.
Oferta e demanda
A Conab estima que a safra brasileira 2021/22 de arroz será 12,1% menor que a da safra 2020/21, sendo projetada em 10,3 milhões de toneladas. Esse resultado é reflexo principalmente da estimativa de significativa redução da produtividade (-9,9%) em conjunto com a projeção de redução de área da cultura (-2,4%), com base em verificação em campo realizada pelos colaboradores das superintendências regionais.
Mais especificamente sobre a produtividade, após um clima extremamente favorável na última safra, o cenário de anormalidade climática identificado na safra 2021/22, reflexo do fenômeno La Niña, deverá, possivelmente, acarretar em intensa queda da produtividade. Sobre área, a boa perspectiva de rentabilidade das culturas concorrentes por área e a elevação dos preços dos insumos resultaram em retração do cultivo da cultura.
Especificamente sobre o quadro de oferta e demanda do arroz, nesse sexto levantamento, houve importantes alterações com relação aos números apresentados no quinto levantamento para a safra 2021/22, com o reajuste para baixo da produção. Sobre o consumo, destaca-se, como principais fatores para projeção de redução, a estimativa atual de recuperação dos preços do produto e o crescimento da renda média do brasileiro, dado que o arroz é historicamente um bem de elasticidades-renda negativa. Sobre a balança comercial, para as exportações, a perspectiva é que haja incremento do volume comercializado para 1,3 milhões de toneladas, com a valorização do mercado orizícola internacional e a alta demanda dos principais países importadores.
Para as importações, estima-se uma estabilidade do volume em 1,0 milhão de tonelada. Como resultado, projeta-se um cenário diminuição dos estoques finais da cultura do arroz, totalizando um montante de 1,8 milhões de toneladas em dezembro de 2022.