Mais de 120 pacientes e funcionários de um hospital na Sibéria foram contaminados por salmonelose e, segundo autoridades sanitárias locais, vestígios da bactéria salmonela foram encontrados em frangos congelados importados do Brasil e dos Estados Unidos.
Os pacientes foram contaminados depois de comer na cantina do hospital.
Investigadores afirmam que a cantina violava as normas de armazenamento e preparação. Ao mesmo tempo, testes bacteriológicos mostraram vestígios de salmonela.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura, Rui Vargas, diz que o Brasil ainda não foi notificado oficialmente pelo governo russo sobre o problema. Ele acha "suspeito" o fato de a informação vir de uma agência de notícias dos Estados Unidos, os maiores interessados em prejudicar as exportações brasileiras de frango para a Rússia.
Segundo Vargas, o Brasil tem um programa de controle de salmonela e vem registrando índices muito baixos da doença. "O frango pode ter sido contaminada durante a manipulação ou armazenamento", diz. O Brasil exporta frango para 97 países e não recebeu nenhuma reclamação relativa a salmonelose, segundo ele.
A suspeita de contaminação pode ser mais um golpe para as exportações brasileiras, que estão sujeitas a cotas para a Rússia desde maio. No ano passado, o Brasil exportou quase 300 mil toneladas para a Rússia. Neste ano, a projeção é de 160 mil toneladas, por causa das cotas de entrada.
No ano passado, a Rússia impôs um embargo às importações de frango dos EUA, alegando casos de salmonelose. O embargo foi suspenso um mês depois. Cláudio Martins, diretor-executivo da Associação Brasileira de Exportadores de Frango (Abef), descarta a possibilidade de contaminação. "Só foram registrados surtos de salmonela nos EUA."