Rússia reduzirá drasticamente exportações de trigo
A decisão foi influenciada por uma safra menor do que o esperado
A Rússia, maior exportadora global de trigo, planeja reduzir sua cota de exportação do grão em dois terços para a temporada de exportação entre 15 de fevereiro e 30 de junho de 2025, conforme reportado pela Reuters. A decisão do governo russo, anunciada pelo Conselho da União Econômica Eurasiática (UEE), reduzirá a cota para 11 milhões de toneladas, comparado às 29 milhões de toneladas enviadas no mesmo período de 2024. Além disso, as taxas de exportação de trigo serão elevadas em mais de 18% a partir de 4 de dezembro de 2024, e cotas de importação para alguns alimentos básicos serão eliminadas, em uma tentativa de equilibrar o mercado doméstico.
A redução nas exportações deve impactar significativamente países como Egito, Irã e Arábia Saudita, que dependem fortemente do trigo russo para atender suas demandas internas. Além disso, especialistas esperam que a medida tenha um efeito de alta nos preços globais do grão, devido à diminuição na oferta no mercado internacional.
A decisão foi influenciada por uma safra menor do que o esperado em 2024, causada por condições climáticas adversas nas principais regiões produtoras da Rússia, e pelo aumento no volume de exportações nos últimos meses. Segundo a indústria econômica russa, a medida visa estabilizar os preços ao consumidor, evitar o esgotamento dos estoques domésticos e conter a inflação interna, especialmente em um cenário de possível necessidade de importações futuras para suprir a demanda interna.
Para a temporada 2024/25, a Rússia deve produzir 81 milhões de toneladas de trigo e exportar 48 milhões de toneladas, segundo o Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS) do Departamento de Agricultura dos EUA. Esses números representariam os menores totais de produção e exportação do país desde a temporada 2021/22. Caso confirmada, a redução pode transformar o panorama do mercado global de trigo, favorecendo outros grandes exportadores, como a União Europeia e os Estados Unidos.