RS avança pra evoluir de status sanitário
Estado avaliou andamento das medidas para retirar a vacinação contra febre aftosa no rebanho
O Rio Grande do Sul está cumprindo as fases para retirar definitivamente a vacinação contra a febre aftosa em bovinos e bubalinos e evoluir de status sanitário em maio de 2021 na Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).
Uma reunião realizada nesta semana avaliou o andamento com a participação da Secretaria da Agricultura, parlamentares e representantes dos setores produtivos. São 18 medidas que devem ser cumpridas, desde readequação de sistemas, pessoal e logística de fiscalização.
Dessas apenas duas estão em fase final de execução: a aquisição 72 veículos que deverá ter agenda de entrega alinhada nos próximos dias e a contratação de 150 auxiliares administrativos, que já está com processo em andamento. Todas as outras medidas já estão em funcionamento.
A próxima fase inclui uma auditoria do Ministério da Agricultura para verificar a implementação das medidas. Esse procedimento já tem data para acontecer. Será nos dias 4 e 5 de agosto.
Impactos nas proteínas
O estado tem 12,4 milhões de bovinos, 802,7 milhões de aves e 9,7 milhões de suínos que vão evoluir de status junto, com a retirada da vacina, abrindo oportunidade para outros tipos de corte. No que tange aos gastos com a vacinação, a economia será de R$ 214 milhões ao ano aos produtores.
O presidente do Sindicado das Indústrias de Produtos Suínos do RS, José Roberto Goulart, observa o impacto positivo. “Muitos países só importam carne de áreas livres sem vacinação. O avanço gaúcho poderá significar vantagens competitivas para o estado que hoje não alcança metade do potencial mundial de compra de carne suína por conta da vacinação”, alertou.
O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, também observa as novas possibilidades que devem ser abertas. “Canadá já começa a sinalizar negociação de carne bovina com o Brasil, e quem sabe o Rio Grande do Sul poderá se sentar à mesa e negociar com este importante mercado e outros mais. Será uma nova perspectiva para todo o Estado”, destacou.
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Para o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, é importante se atentar a outro fato: manter um banco de vacinas e aprimorar o controle em portos e aeroportos.