O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse ontem que a Cláusula da Paz é uma espécie de 'espada pendurada sobre a cabeça dos países protecionistas'. A medida expira em dezembro e define que os países da Organização Mundial do Comércio não podiam, nos últimos dez anos, contestar políticas de subsídios. 'Dada a possibilidade de fracasso na reunião ministerial da OMC em Cancun, uma coisa é certa: o fim da Cláusula da Paz joga a favor do Brasil', ressaltou o ministro.
Mantida essa cláusula, 'a partir de janeiro o país e todas as nações do mundo poderão contestar as políticas de subsídios e mecanismos de proteção executados por nações desenvolvidos'. Indagado sobre a possibilidade de a medida ser prorrogada por pressão dos Estados Unidos e da União Européia, Rodrigues respondeu que os países em desenvolvimento lutarão para que isso não ocorra'. Advertiu, no entanto, que somente mudará seu posicionamento caso haja uma compensação muito importante. Conforme o ministro, sem nenhum acordo agrícola, não existe a menor razão para o postergamento de prazos. Rodrigues afirmou, ainda, que um fracasso em Cancun atrasará as negociações da Alca. 'Os norte-americanos colocaram claramente que as políticas de apoio interno só serão discutidas depois da definição desse assunto na OMC.'