Rizosfera: Defesa natural das plantas
Uma técnica agronômica clássica, a rotação de culturas, se destaca
Segundo Décio Luiz Gazzoni, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa soja, a rizosfera, a porção do solo próxima às raízes das plantas, desempenha um papel fundamental na supressão de doenças vegetais. Embora alguns solos apresentem maior capacidade de inibir patógenos, suas características ainda são amplamente desconhecidas.
O ambiente da rizosfera, nesse sentido, rico em carbono e nutrientes, abriga uma diversidade de microrganismos que promovem a saúde das plantas, funcionando como linha de defesa contra agentes patogênicos. Entender como as variações nos microbiomas da rizosfera influenciam as doenças é crucial para desenvolver estratégias inovadoras que aumentem a produtividade agrícola.
Uma técnica agronômica clássica, a rotação de culturas, se destaca na mitigação dos impactos negativos de patógenos, rompendo a relação entre planta hospedeira e agentes causadores de doenças. Novas abordagens, como as comunidades microbianas sintéticas (SynComs), têm sido desenvolvidas para controlar doenças causadas por patógenos do solo, mas é necessário compreender melhor seus impactos na rizosfera e sua eficácia.
Estudos conduzidos pela equipe do Dr. Yanyan Zhou mostraram que o manejo do solo, ao comparar monocultura e rotação, influencia a capacidade dos microbiomas da rizosfera em suprimir doenças, como a podridão da raiz do amendoim. A monocultura gerou comunidades microbianas menos eficientes, resultando no esgotamento de organismos essenciais. A suplementação de cepas microbianas esgotadas demonstrou restaurar a resistência da rizosfera aos patógenos.