Retomada das exportações de café
Cotações estarão menores em comparação com anos anteriores
Por Luiz Antonio Pinazza
Engenheiro Agrônomo - agronegócio e sustentabilidade
Colaboração Aline Merladete
As estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento mostram as mudanças ocorridas na produção brasileira de café nesta década. Depois da colheita recorde registrada nos cafezais nacionais durante a safra de 2020 (63,08 milhões de sacas), as produções tiveram desempenho mais fraco em 2021 (48,36 milhões) e 2022 (50,92 milhões. As duas temporadas sofreram os impactos negativos das adversidades climáticas e as variações bienais das plantações. Os estoques de passagem também tiveram redução, com queda no ritmo dos embarques e pressão de alta nos preços.
Nesse momento em que se encaminha para a fase final, a colheita nacional dos cafezais na temporada de 2023 mostra recuperação na produção (54,73 milhões de sacas), seja com o arábica (37,93 milhões), como no conilon (16,80 milhões). O fluxo comercial tende a ganhar mais força, com fechamento de mais exportações para os países compradores, enquanto os estoques de grãos aumentam nos armazéns.
O nível anual das exportações nacionais apresenta escalada de teto superior a 40 milhões de sacas, a considerar o mesmo padrão do consumo interno nos últimos anos. Já as projeções da Organização Internacional do Café (OIC) apontam déficit no resultado da balança de oferta e demanda dos ciclos de 2021/22 e 2022/23, de outubro a setembro.
Mesmo com essa conjuntura favorável, as cotações deste ano terão patamares inferiores os registrados em nos últimos anos. O peso do planejamento fará toda a diferenciação no desempenho da rentabilidade das operações. A programação de vendas pausadas no mercado a termo (venda futura) através cooperativas e corretoras será vital para os produtores.