Ressemeadura de soja chega a 2,5% no MT
Problema foi gerado pela falta de umidade do solo no plantio
A semeadura da nova safra de soja chegou à reta final no Mato Grosso. Conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) cerca de 99,65% das áreas já foram implantadas no estado, mesmo patamar do último ano e acima da média das últimas cinco safras.
No entanto a falta de umidade no solo no começo dos trabalhos ocasionou o atraso dos trabalhos a campo e impactou na ressemeadura de aproximadamente 2,51% das áreas, resultando em mais custos ao agricultor.
Algumas regiões do estado, como a nordeste, foram menos afetadas pela falta de chuva. Já outras, como a região centro-sul, parte da médio-norte, sudeste, noroeste e oeste estão com maior percentual de ressemeadura. Nestas últimas regiões, principalmente, algumas áreas serão mantidas com “stand” de plantas abaixo do ideal, ou seja, sem replantio, e possuem maiores chances de redução de produtividade.
O destaque fica para a região oeste, importante local de produção de algodão segunda safra em Mato Grosso. Lá os agricultores semearam a soja mais cedo (como de costume, para ajustar a janela de cultivo do algodão) e a condição atual das lavouras indica que a safra pode ser menor que o previsto. Por isso, as estimativas de replantio na região oeste são de 5,75% das áreas. “Porém, isso não representa, necessariamente, redução da produção nestas áreas”, destaca o boletim.
O problema é que os baixos e irregulares volumes de chuva das últimas semanas estão prejudicando o desenvolvimento da soja em várias regiões, resultando em perda do potencial produtivo em algumas lavouras. De maneira geral, a soja pode compensar isso caso a chuva normalize nos próximos dias. Segundo o Imea o maior cultivo de materiais superprecoces neste ano, as falhas de “stand” de plantas em vários locais e a situação atual de lavouras que já iniciaram o florescimento, espera-se uma redução na produtividade da soja no estado. Com isso, o Imea recuou em 0,61 sc/ha a estimativa de produtividade no estado.
O que preocupa também é que os produtores de algodão 2ª safra, muito cultivado na região oeste, necessitaram semear a soja cedo, para o cultivo da pluma ocorrer dentro de uma janela satisfatória.
Como ainda não foi finalizada a semeadura no estado (ainda faltam 0,35% das áreas), a estimativa de área cultivada continua em 10,30 milhões de ha, o que resulta na produção esperada de 35,49 milhões de toneladas. A safra 2020/21 continua sendo projetada acima da temporada 2019/20 (+0,24%), mas recua 378,82 mil toneladas em relação ao último levantamento relacionado ao ciclo atual.