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Renegociação de dívidas do setor de aves e suínos do RS está sendo cumprida



O secretário da Agricultura e Abastecimento, Odacir Klein, reuniu-se, na sexta-feira (25-07), com representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Biramar Nunes, para discutir linhas de crédito destinadas à avicultura, suinocultura e cooperativas desses setores. Uma das conclusões do encontro é de que o prazo de 60 dias, a contar de 26 de junho, para prorrogação de dívidas do segmento suinícola, está sendo cumprido pelo Banco do Brasil (BB), ao contrário do que foi relatado por integrantes da Associação de Criadores de Suínos (Acsurs) e Sindicato das Indústrias (Sips).

Eles reclamaram do descumprimento da medida no Rio Grande do Sul e em outros estados. "A norma estabelece 60 dias, mas pode estar ocorrendo um problema localizado em algumas agências e esses casos devem ser comunicados à superintendência regional", explicou Nunes.

Um plano de renegociação de débitos em período maior do que o concedido e programas de reestruturação global para toda a cadeia da suinocultura e também da avicultura foram descartados pelo assessor do ministro Roberto Rodrigues. "A renegociação de dívidas pelo BB deve ser feita caso a caso, porque seria realizada para o segmento inteiro apenas se houvesse voto do Conselho Monetário Nacional, o que é difícil, em razão de modificações recentes, ainda não regulamentadas, na securitização agrícola, Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e Programa de Reestruturação das Cooperativas (Recoop)", justificou Nunes.

O secretário Klein considerou que, atualmente, o setor suinícola gaúcho não possui condições de realizar investimentos sem haver antes renegociação dos débitos de R$ 250 milhões da indústria e de R$ 93 milhões dos criadores. Essa situação, para ele, desencadeou dificuldades não somente para as agroindústrias, que hoje respondem por 90% dos abates, atividade que há 15 anos era feita, em igual percentual, por produtores. As cooperativas, conforme Klein, têm iguais prejuízos. "Houve descapitalização do produtor e as cooperativas tiveram de bancar a produção, comprometendo capital de giro e causando endividamento", avaliou. O secretário prometeu discutir o assunto no Conselho de Competitividade do Estado (Compet).

Para a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), o setor passa por uma crise ainda maior, com R$ 2,1 bilhões em dívidas, dos quais R$ 1,3 bilhão de curto prazo. Assim como as organizações de suinocultores, a Asgav pleiteou a criação de programa emergencial para reordenar a cadeia produtiva.

Participaram também da reunião o presidente do Banrisul, Fernando Lemos, o delegado do Mapa no Estado, Francisco Signor, o superintendente regional do BB, Ricardo Maeda, representantes da Agência Gaúcha de Fomento, Sicredi, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Sindicato das Indústrias de Carnes (Sicadergs), Federação das Associações de Municípios (Famurs) e produtores ligados a sete cooperativas com abrangência em 137 municípios.

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