Rendimentos de milho e soja nos EUA em alerta
USDA destaca riscos para a produção agrícola e o comércio internacional
Os Estados Unidos, destacados como potências na produção e exportação global de milho e soja, enfrentam um cenário desafiador, de acordo com o recente relatório do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O país, conhecido por seus rendimentos agrícolas robustos, agora se vê sob a ameaça das mudanças climáticas, que podem ter implicações significativas na produção e disponibilidade desses produtos para exportação.
Segundo as projeções climáticas apresentadas no relatório, os autores estimam um aumento de 3,1% no rendimento do milho nos EUA até 2036, enquanto o rendimento da soja poderá sofrer uma redução de 3,0% em comparação com os números de 2016. Estas mudanças são atribuídas principalmente ao aumento da frequência de períodos de calor extremo e declínios na precipitação em condados localizados a leste do 100º meridiano dos Estados Unidos.
As estimativas detalhadas no relatório são então integradas a um modelo de simulação para avaliar as implicações de mercado resultantes dessas projeções de rendimento. Os resultados destacam a potencial influência dessas alterações nos setores de produção e, consequentemente, no comércio internacional dos Estados Unidos.
O aumento projetado na produção de milho, impulsionado pelo crescimento dos rendimentos, poderá afetar a quantidade disponível para exportação. Mantendo constantes os rendimentos de outros países, o modelo sugere um aumento nas exportações de milho dos EUA em 0,36%, equivalente a 63 milhões de dólares. Por outro lado, o declínio nos rendimentos da soja aponta para uma redução de 1,17% nas exportações dos EUA, representando uma diminuição de 319 milhões de dólares, conforme as bases das exportações de 2016.
O relatório do USDA destaca, assim, a urgência de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar e à economia agrícola global.