Recuperação judicial pode afetar ESSA ação

O Grupo Bergamasco, ligado ao fundo imobiliário BTG Terras Agrícolas (BTRA11), entrou com um pedido de recuperação judicial devido a uma dívida superior a R$ 124 milhões. A solicitação foi feita na 4ª Vara Cível de Sinop. Em agosto, o BTRA11 recuperou a posse dos Imóveis 3 Irmãos do Grupo Bergamasco após um distrato, enquanto o Grupo Bergamasco readquiriu a Fazenda Colibri por R$ 42,8 milhões, localizada em Nova Mutum (MT).

O BTG informou que o Grupo Bergamasco é o comprador potencial da Fazenda Colibri, em Nova Mutum-MT, com 400,50 hectares. O Grupo assinou um pré-contrato garantido por pessoas físicas do grupo, com CPR físicas emitidas em favor do fundo. Das seis propriedades ligadas ao BTRA11, apenas duas pertencem à família de produtores, em Nova Mutum (Fazenda Colibri) e em Tapurah.

Em julho, o Grupo Bergamasco atrasou o pagamento da última parcela da compra da fazenda, resultando em um impacto mensal negativo de R$ 0,33 por cota do FII. O atraso foi atribuído à notável queda nos preços das commodities, afetando a rentabilidade do Grupo.

“Na nossa visão, é algo impagável para a realidade de Mato Grosso. As médias das lavouras giram em torno de 50-62 sacas de soja por hectare, e o custo da operação gira em torno de 72-73 sacas por hectare”, afirmou o porta-voz do Bergamasco. “Ou seja, a produção paga apenas o custo, sem contar com outros gastos da nossa atividade. Não há margem para pagarmos essa taxa, ainda mais neste momento de crise “, explica.

Euclides Ribeiro Silva, da ERS Advocacia e Consultoria, encarregado da recuperação judicial do Grupo Bergamasco, expressou a intenção de apresentar um plano em 60 dias para quitar todas as dívidas e viabilizar a continuidade das operações. Ele destacou os desafios enfrentados no agronegócio, incluindo a taxa Selic em 13,25% e os juros, totalizando mais de 30% ao ano, uma carga considerada difícil de ser suportada pelo setor.