Recuperação judicial em alta: Quais os motivos?
Brasil pode continuar registrando um alto número de pedidos

O ano de 2025 começou com um aumento expressivo nos pedidos de recuperação judicial no Brasil, reforçando as dificuldades financeiras que afetam empresas de diversos setores. Entre os casos recentes, destaca-se a Ducoco Produtos Alimentícios, que busca reestruturar R$ 670 milhões em dívidas, evidenciando os desafios enfrentados pelo setor alimentício.
Outro nome relevante é o Grupo St. Marche, que obteve na Justiça uma suspensão de execuções por 60 dias enquanto tenta renegociar suas dívidas, que passaram de R$ 314 milhões para R$ 639 milhões apenas com instituições financeiras. Já a Bombril, marca icônica no país, entrou com pedido de recuperação judicial para lidar com um passivo de R$ 332,8 milhões, além de um impasse bilionário com a Receita Federal.
"O mercado brasileiro, assim como muitos países ao redor do mundo, tem enfrentado grandes dificuldades para se recuperar pós-pandemia. Além disso, as oscilações políticas e econômicas globais também impactaram o cenário econômico interno. Os principais players do mercado sobreviveram nos últimos anos, mantendo suas operações no vermelho e recorrendo a empréstimos para evitar o fechamento", explica Denis Barroso, sócio da Barroso Advogados Associados e especialista em recuperação empresarial.
Especialistas apontam que o aumento dos juros, a baixa recuperação do consumo e a perda de poder aquisitivo impulsionam essa onda de pedidos. A busca por alternativas como renegociação de dívidas e reestruturação interna tem sido fundamental para evitar colapsos empresariais. O cenário indica que, sem medidas eficazes, o Brasil pode continuar registrando um alto número de pedidos de recuperação ao longo do ano.
“Em momentos de crise, é fundamental que as empresas compreendam que nenhuma organização está imune a problemas financeiros, e que estes podem surgir a qualquer momento. Investir em controles e gestão adequados é crucial para identificar e corrigir pontos de vulnerabilidade e garantir que o negócio se mantenha competitivo no mercado”, alerta Denis Barroso.