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Recuo nas cotações do milho

O relatório de oferta e demanda reduziu em quase 6 milhões de toneladas a nova safra dos EUA



Foto: Divulgação

As cotações do milho, em Chicago, recuaram um pouco nesta semana. Assim como no caso da soja, o relatório do USDA, do dia 11/08, embora tenha sido de viés altista para os preços do cereal, não conseguiu sustentar a tendência diante de outros elementos baixistas, como o caso da melhoria da qualidade das lavouras estadunidenses.

Com isso o bushel do cereal fechou a quinta-feira (17) em US$ 4,73, contra US$ 4,83 uma semana antes. O relatório de oferta e demanda reduziu em quase 6 milhões de toneladas a nova safra dos EUA, fixando-a em 383,8 milhões de toneladas. Mesmo assim, 35 milhões de toneladas acima do produzido no ano anterior. Já os estoques finais estadunidenses ficam estimados em 55,9 milhões de toneladas, com recuo de pouco menos de 2 milhões de toneladas sobre julho. Mesmo assim, eles ficam 18,9 milhões acima dos estoques finais de 2022/23. Quanto à produção mundial de milho, ela está, agora, estimada em 1,214 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais ficam em 311 milhões. O preço médio aos produtores estadunidenses de milho, no novo ano comercial 2023/24, está projetado em US$ 4,90/bushel, contra US$ 4,80 em julho. A produção brasileira e argentina de milho está projetada em 129 e 54 milhões de toneladas, respectivamente, para este novo ano comercial.

Dito isso, o índice de lavouras boas ou excelentes, nos EUA, passou de 57% para 59% no dia 13/08. Outras 28% estavam em situação regular e 13% em condições ruins ou muito ruins. Naquela data, 65% das lavouras estavam em fase de enchimento de grãos, contra a média histórica de 63% para a data.

Já pelo lado do comércio internacional, os embarques estadunidenses de milho, na semana encerrada em 10/08, somaram 398.269 toneladas, ficando dentro das expectativas do mercado. Com este volume, o total no atual ano comercial atinge a
35,6 milhões de toneladas, ou seja, 33% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.

Enquanto isso, na China, sua produção de milho e soja está mantida, apesar das enchentes ocorridas em algumas regiões produtoras. A previsão para o milho é de uma produção de 282,3 milhões de toneladas, enquanto para a soja a mesma está em 21,5 milhões de toneladas, disse o Ministério da Agricultura chinês.

E no Brasil os preços do milho continuam com viés de baixa, na medida em que a safrinha vai entrando no mercado. A colheita da mesma, até o início da presente semana, atingia a 72,8% da área semeada, com o clima favorecendo o processo. Lembrando que a média histórica é de 80,6% para esta época do ano. No Paraná, a colheita atingiu 44%, enquanto no Mato Grosso do Sul, 43%, e São Paulo, 35%. Minas Gerais está mais avançado, com 63%.

Por sua vez, o Deral, da Secretaria de Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informa que a colheita da safrinha está em menor ritmo do que o anunciado pela iniciativa privada, ficando em 34% da área total.

Por outro lado, enquanto no Mato Grosso faltava 1,5% da área a ser colhida, no Mato Grosso do Sul a colheita da segunda safra de milho progredia lentamente. A área total colhida naquele Estado, até o dia 11/08, chegava a 33,2% segundo a Famasul. Ou seja, cerca de 10 pontos percentuais abaixo do indicado pela iniciativa privada. A colheita sul-matogrossense está quase 16 pontos percentuais abaixo do colhido no ano anterior nesta data.

Enfim, nas duas primeiras semanas de agosto o Brasil embarcou 3,15 milhões de toneladas de milho, volume que representa 42,2% do total exportado em todo o mês de agosto de 2022. A média diária de embarques, nos nove primeiros dias úteis de agosto está 8,1% acima do registrado em igual período de 2022. Apesar disso, ainda há dúvidas se o Brasil conseguirá exportar, em 2023, as 50 milhões de toneladas que precisa para aliviar seus estoques do cereal. Vale ainda destacar que o preço da tonelada caiu 10,1% no período, saindo dos US$ 272,10 no ano passado para US$ 244,70 no atual mês de agosto. 

Em tal contexto, a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) revisou sua estimativa para as exportações de milho, em agosto, projetando que o volume total possa alcançar entre 7,8 e 10,25 milhões de toneladas.

A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário - CEEMA

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