As colheita de milho, trigo e arroz na China poderão cair 3% este ano, depois que o governo plantou árvores em algumas áreas agrícolas, em um esforço para acabar com a erosão do solo, e começar a reduzir gradativamente os pagamentos garantidos às colheitas.
A produção chinesa de grãos, sem incluir as oleaginosas, como soja e canola, poderão recuar para 188 milhões de toneladas, informou o China National Grain & Oils Information Center, do State Grain Bureau. A área de plantio de milho, trigo e arroz poderá cair 3,7%, para 78 milhões de hectares.
A China elimina aos poucos seu sistema de pagamento aos produtores com preços mínimos garantidos. Essa estratégia faz parte da tentativa para reformar a economia do país, que emprega metade do 1,3 bilhão de habitantes. O sistema deixou o governo com estoques que, em sua maioria, deterioraram antes que pudessem ser vendidos.
À medida que os produtores agrícolas chineses colhiam mais, a conta do governo com a compra das colheitas aumentava. Os pagamentos à produção quase quadruplicaram nos últimos dez anos, para 92 bilhões de yuans (US$ 11 bilhões), segundo a agência de estatísticas.
A área de trigo caiu para a maior margem, o que causará declínio de 4,5% na colheita, para 91 milhões de toneladas, anunciou o centro de informações. A produção de milho pode recuar 3,4%, para 119 milhões de toneladas, e a de arroz, 2,3%, para 171 milhões de toneladas.
Compras de soja
As importações de soja da China podem subir, no ano de comercialização com término em 30 de setembro, 59% para 16,5 milhões de toneladas devido ao aumento da demanda por parte dos processadores que esmagam grãos para produzir óleo de cozinha e farelo de soja. A demanda de esmagamento da China no período pode subir 21% para 23 milhões de toneladas, informou o Centro Nacional de Informação de Grãos & Óleos da China, e mais 5,2% no período com término em setembro de 2004, elevando as importações em 2,4% no período, para 16,9 milhões de toneladas.
A produção de farelo de soja da China, no atual ano de comercialização, pode subir 21% para 18.4 milhões de toneladas, segundo o relatório. A produção total de óleo de soja pode subir para 3,95 milhões de toneladas e as importações serão da ordem de 1,5 milhão de toneladas. O consumo de óleo no atual ano de comercialização será de 4,25 milhões de toneladas.
A China pode importar 300 mil toneladas de canola no presente ano de comercialização para satisfazer a demanda estimada de 10,1 milhões de toneladas de esmagadores de canola, informou o centro de informação. Essa demanda pode subir 20% no ano com término em 30 de setembro, e para 12.2 milhões de toneladas em 2004, fazendo a demanda de importação nesse período mais que triplicar para 1 milhão de toneladas.
A produção de óleo de canola da China pode alcançar 3,6 milhões de toneladas e as importações podem ser de 100 mil toneladas no ano com término em setembro, informou o relatório, e subir 20%, para 4.4 milhões de toneladas, no ano de comercialização seguinte, enquanto as importações podem não ter alterações. As importações de óleo de coco podem subir 17% este ano para 2.6 milhões de toneladas.