O agronegócio registrou exportações recordes nos primeiros sete meses do ano, segundo levantamento do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgado ontem. De janeiro a julho, o País comercializou com o exterior US$ 16,2 bilhões e importou US$ 2,7 bilhões. Com isso, o resultado da balança comercial agrícola foi recorde: US$ 13,5 bilhões, 40,27% superior ao mesmo período do ano passado.
Parte deste desempenho é fruto do crescimento das vendas de produtos como a soja (76,56%), papel e celulose (55,07%), frutas (30,6%) e carnes (28,3%). Apesar do aumento das vendas externas, no mesmo período também houve variação positiva nas importações: 2,53%. Este incremento deveu-se aos desembolsos com arroz (55,54%), borracha natural (57,92%) e algodão (192,49%).
A previsão é que o País precisará importar 1,5 milhão de toneladas de arroz, motivo pelo qual o governo está solicitando a redução da Tarifa Externa Comum (TEC) de 11,5% para 4% até dezembro deste ano para um volume de 500 mil toneladas. Os países membros do Mercosul estão analisando o pleito brasileiro. O assunto foi discutido ontem no Comitê de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) e o governo poderá tomar uma decisão ainda esta semana.
No acumulado do ano, as exportações totalizam US$ 28,78 bilhões e as importações, US$ 4,5 bilhões, resultando em um superávit de US$ 24,2 bilhões, ou seja, 33% acima do período de 12 meses anterior. No mês passado, as exportações do agronegócio somaram US$ 2,59 bilhões, alta de 2,3% sobre julho de 2002. No período, as compras foram de US$ 378 milhões, uma redução de 14,6% em relação ao apurado no mesmo período do ano passado.
Os técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no entanto, ressaltam que o resultado foi influenciado pela operação-padrão dos fiscais das aduanas. Por isso, alguns grupos, que vinham tendo bom desempenho, registraram queda nas vendas, como a soja (10,5%) o açúcar e álcool (17,2%) e o café (25,7%). Destaque positivo no mês para as carnes (21,9%), papel e celulose (32,8%) e lácteos (38,3%). Quanto às exportações, houve redução significativa para os lácteos (81,9%) e o trigo (18,7%), mas alta para o arroz (233%), milho (198,3%) e algodão (168%).