Rebanho mundial de bovinos vai alcançar 1 bilhão de cabeças
Projeção foi feita pelo USDA e deve sustentar maior estoque desde 2009
Segundo estimativas do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), o rebanho mundial de bovinos deve chegar a pouco mais de 1 bilhão de cabeças em 2021. A se confirmar tal previsão, o estoque de gado no mundo crescerá 0,7% em relação a 2020, o que representa um aumento de 6,4 milhões de cabeças, o maior patamar desde 2009.
Sete países concentram 90% do rebanho mundial: Índia, Brasil, Estados Unidos, China, União Europeia, Argentina e Austrália. Índia e Brasil representam 55%, respectivamente, 30,6% e 24,7%.
Os dados constam no Boletim CiCarne, da Embrapa Gado de Corte. A análise também aponta que a internacionalização do comércio possibilitou o acesso a consumidores em todo o mundo e que estes estão cada vez mais exigentes. A forte competição levou a padrões comerciais muito rígidos para a carne bovina. Entres os pontos citados estão as diferenças no consumo que mudam conforme a renda e acesso a cortes de qualidade; políticas comerciais que facilitam ou dificultam; estrutura de mercado e sanidade.
O mundo deve produzir 61,16 milhões de toneladas equivalente carcaça de carne bovina em 2021, crescendo 1% em relação a 2020. Segundo as projeções, os Estados Unidos seguem como o principal produtor mundial com 20% do volume global produzido, seguido do Brasil com 16,8% e a União Europeia aparecendo em terceiro lugar com 12,5%.
A China, quarto maior produtor mundial de carne bovina, também deve apresentar crescimento da produção de 1% até o final de 2021, mas com sua produção ainda muito aquém do seu consumo interno. Índia e Argentina, quinto e sexto no ranking dos maiores produtores do mundo, aparecem como destaques, aumentando, respectivamente, 10% e 9% no período analisado. Já a Austrália, que teve crescimento irrisório no período, experimentou uma forte queda da produção em 2020 em relação a 2019
O consumo mundial de carne bovina em 2021 deve alcançar 60,04 milhões de toneladas, aumento de 1,6% frente a 2020. O consumo nos Estados Unidos, maior consumidor mundial, deve chegar a 12,52 milhões de toneladas em 2021, crescimento de 1,01% em relação a 2020. A China, segundo maior consumidor, deve consumir 10,08 milhões de toneladas em 2021. O Brasil pode superar o consumo da UE em 2021, já que por aqui o consumo é crescente e, na UE, a tendência é de queda: 7,73 milhões de toneladas e, na UE, 7,69 milhões de toneladas.
O consumo de carne bovina no mundo atingiu mais de 59 milhões de toneladas em 2019 contra 34 milhões de toneladas em 1970, em função do crescimento da população mundial que duplicou no mesmo período, saindo de 3,7 bilhões para mais de 7,6 bilhões de habitantes. Percebe-se com isso uma redução do consumo per capita.
A produção mundial de carne bovina deve seguir crescendo e alcançar 79,3 milhões de toneladas em 2027, incremento médio de 1,28% ao ano. O crescimento projetado para o Brasil sobressai e fortalecerá sua posição entre os principais players de carne bovina do mundo (Gráfico 4). EUA, UE e China, permanecerão como principais produtores em 2026, mas com crescimento aquém do esperado.