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Queimadas disparam no Brasil: Incêndios florestais aumentam 104%

Desde o início de 2024, o Brasil já contabilizou mais de 159.411 focos de incêndios



Foto: Pixabay

Segundo o meteorologista Gabriel Rodrigues, do Portal Agrolink, o Brasil segue enfrentando o predomínio de uma massa de ar quente e seco, que se estende por grande parte do país, inclusive em regiões do Sul. Esse cenário de temperaturas elevadas tem contribuído diretamente para o aumento dos focos de incêndios e o agravamento das queimadas, afetando gravemente a qualidade do ar e cobrindo vastas áreas do continente com fumaça.

Este ano está sendo considerado atípico em relação às queimadas, especialmente devido à combinação de uma estação seca mais severa e temperaturas acima da média histórica. Esses fatores são responsáveis pela rápida expansão dos focos de incêndios, embora, conforme lembra Rodrigues, a origem das queimadas depende de uma fagulha inicial, seja de origem humana ou natural.

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Desde o início de 2024, o Brasil já contabilizou mais de 159.411 focos de incêndios, um aumento de 104% em comparação ao mesmo período do ano passado, que havia registrado uma queda de 29% em relação a 2022. O estado mais afetado é Mato Grosso, com 34.356 focos, um número 201% superior ao ano anterior. Seguem Pará, com 27.192 focos (alta de 121%), e Amazonas, com 17.181 focos (alta de 53%).

O estado com o maior aumento percentual de queimadas é Mato Grosso do Sul, que registrou um crescimento alarmante de 646% em relação ao mesmo período de 2023. Essas queimadas estão gerando uma enorme cortina de fumaça que se estende da Amazônia até o centro da Argentina, impulsionada pelos ventos de baixos níveis que transportam a fumaça por distâncias continentais.

Além do Brasil, outros países da América do Sul também enfrentam uma crise de queimadas. A Bolívia registrou um aumento de 353% nos focos de incêndios, totalizando 58.107 casos, o maior número desde 2001. O Paraguai, por sua vez, registrou um aumento de 72% nas queimadas.

No médio prazo, não há previsão de alívio imediato. As condições climáticas devem continuar com calor extremo, baixa umidade e sem sinais consistentes de chuva. Entretanto, a previsão de chuvas para a última semana de setembro ainda persiste, com expectativa de que essas precipitações atinjam principalmente o sul de Mato Grosso do Sul e Goiás a partir do dia 20.

Essa chuva pode representar um alívio para o cenário de queimadas e para o risco de atraso no plantio da soja, que já está gerando impactos no mercado agrícola. Contudo, como ressalta Gabriel Rodrigues, a confiabilidade dessa previsão diminui à medida que a data se aproxima.

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