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Queijo de búfalo paranaense vai para os EUA


Representantes da Associação Paraense dos Criadores de Búfalo (APCB), juntamente com técnicos da Embrapa Amazônia Oriental, do Incra, da Sagri, da Emater e do Basa conseguiram aprovar, por unanimidade, o “Programa de Incentivo à Criação de Búfalos por Pequenos Produtores”, sexta última, 29, no Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável.

A verba para os financiamentos será destinada através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)/ Programa de Apoio à Pequena Produção Familiar Organizada - Pronaf/Prorural.

A partir de agora, o Pará vai finalmente poder usufruir todo o potencial de uma de suas riquezas ainda pouco exploradas: o maior rebanho de búfalo do Brasil. Dos 3,5 milhões existentes no país, cerca de 1,5 milhão de animais estão no Estado. O búfalo produz, em quantidade e qualidade excepcionais, carne, leite, couro e seus derivados, além de ser um ótimo animal para o trabalho pesado.

O financiamento emprestará até R$ 25 mil, por produtor, para a aquisição de 20 búfalas, um reprodutor e 17 crias, mais instalações - como cerca eletrificada, curral e barracão de ordenha - em área de pastagens de 10 hectares. O tempo de pagamento pode chegar a 10 anos, com três anos de carência. Os juros são de 4% ao ano, com desconto de 25% para quem fizer os pagamentos até o vencimento. A aprovação do projeto vai incentivar a produção de leite de búfalo e seus derivados como queijo Mozzarela, doce de leite, etc.

O produto mais tradicional oriundo do leite de bubalino é a Mozzarela, um tipo de queijo fresco de massa filada, originário da Itália, no século XVI, produzida exclusivamente com leite de búfala. O Pará hoje, apesar do rebanho bubalino, importa queijo Mozzarela, de São Paulo, por R$ 17 para o produtor, chegando à mesa do consumidor a R$ 28 o quilo. Com a aprovação do projeto, o rebanho paraense tem potencial para abastecer o mercado local, além de exportar para Estados Unidos e Canadá, já que a Itália, tradicional exportadora do produto, está tendo problemas para abastecer o seu mercado interno. O preço do queijo Mozzarela de búfalo no mercado internacional, para se ter uma idéia, varia de US$ 12 a 18 o quilo.

Estudos da Embrapa Amazônia Oriental mostram que o Búfalo também pode ser criado em regime de consórcio com outras culturas como a piscicultura, a agricultura e a suinocultura. Além da carne, do leite e do couro, o esterco do búfalo também é muito valioso. Em vários países asiáticos, o material é tão importante quanto o combustível. Ele é misturado com palha e restos de cereais, sobretudo para efeitos de adubação. No Nepal, contribui para a elevação da produtividade dos plantios de arroz, e nas Filipinas é usado como fertilizante e combustível. No Brasil, tem sido usado como adubo ou para fertilizar mananciais, principalmente viveiros e açudes para criação de peixes. O esterco de búfalo contém considerável quantidade de matéria orgânica e beneficia diretamente o solo do ponto de vista físico, melhorando sua estrutura, reduzindo plasticidade e coesão, aumentando a capacidade de retenção de água e aeração e permitindo maior penetração e distribuição das raízes.

O “Programa de Incentivo à Criação de Búfalos por Pequenos Produtores” objetiva, dentre outros aspectos, contribuir para utilização de áreas alteradas em regiões de forte ação antrópica (feita pelo homem), na medida em que se recomenda utilizar terras já trabalhadas e com pastagem natural ou implantada, em lotes rurais ocupados por pequenas propriedades, e, nesse aspecto, adapta-se perfeitamente às mesorregiões do Marajó, Metropolitana de Belém e do nordeste paraense

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