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Queda nos preços da soja em Chicago contrasta com valorização em Paranaguá

Preços da soja em Chicago sofreram uma desvalorização de 3,7% em junho



Foto: Canva

Os preços da soja em Chicago sofreram uma desvalorização de 3,7% em junho, com a média chegando a USD 11,73 por bushel. Em contraste, os preços em Paranaguá registraram a quarta alta mensal consecutiva. A depreciação do real e os prêmios positivos no mercado brasileiro contribuíram para a formação de preços favoráveis, resultando em um avanço significativo na comercialização de soja no Brasil.

Segundo informações divulgadas no relatório do Itaú BBA, até o início de junho, 65% da safra 2023/24 havia sido comercializada no Brasil, comparado à média de 70% dos últimos cinco anos. Com uma estimativa de produção de 153 milhões de toneladas, isso significa que aproximadamente 99 milhões de toneladas foram vendidas, restando pouco mais de 54 milhões de toneladas ainda por comercializar.

Na Argentina, a comercialização está atrasada devido a questões cambiais, com 26,7 milhões de toneladas das 50 milhões produzidas na safra 2023/24 ainda não vendidas. A diferença entre o dólar oficial e o dólar informal tem segurado as vendas de soja no país.

Impacto das condições climáticas e decisões de fundos nos preços globais

No panorama global, a boa evolução do plantio americano e condições climáticas favoráveis pressionaram os preços da soja na CBOT. Os fundos aumentaram suas posições vendidas, intensificando a pressão de baixa nos preços.

Os estoques de soja nos EUA atingiram 26,4 milhões de toneladas no segundo trimestre, superando as expectativas do mercado. A área plantada foi projetada em 34,9 milhões de hectares, ligeiramente abaixo das expectativas. O clima nos próximos meses será crucial para confirmar essas estimativas.

China acelera compras, aumentando estoques

As processadoras chinesas intensificaram as aquisições de soja entre abril e junho, com volumes ultrapassando 34 milhões de toneladas, elevando os estoques nos portos chineses para cerca de 7 milhões de toneladas, o maior nível desde julho de 2023.

Derivados da soja: tendências de preços e consumo

Os preços dos derivados de soja caíram no mercado internacional, com o farelo apresentando leve queda no mercado interno brasileiro. No entanto, o óleo de soja valorizou pelo terceiro mês consecutivo, alcançando R$ 4.374 por tonelada em Mato Grosso.

Nos EUA, houve um aumento no consumo de matérias-primas para biocombustíveis, com o óleo de soja registrando o melhor desempenho desde dezembro de 2023. A produção de biocombustíveis consumiu 486 mil toneladas de óleo de soja, representando 35,4% do total de insumos utilizados.

Mercado de óleo de palma e suas implicações

A produção de óleo de palma na Malásia está sendo observada atentamente pelo mercado. Recentemente, o governo indiano anunciou uma nova regra que permitirá a importação de 150 mil toneladas de óleo de palma e óleo de girassol com tarifa reduzida para controlar a inflação, em meio a uma demanda firme por alimentos.

Com a visita de uma delegação indiana ao Brasil, a preocupação com a oferta de óleos vegetais para atender ao crescimento da demanda indiana foi enfatizada. A Índia atualmente consome 25 milhões de toneladas de óleos vegetais, com importações representando 59% desse total.

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