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Protocolos de produção de carne reduzem em até 15% a emissão de GEE

O uso dos protocolos CCN e CBC aumentou a produtividade em até 8%, em relação ao manejo tradicional



Foto: Pixabay

m uma pesquisa inédita realizada na Fazenda Experimental Orestes Prata Tibery Jr., em Uberaba (MG), em colaboração com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a aplicação dos protocolos Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) revelou impactos significativos na emissão de metano entérico por animais durante a fase de recria a pasto. Conforme anunciado pela Embrapa, responsável pelo estudo, os sistemas demonstraram uma redução de 12% e 15%, respectivamente, nas emissões desse gás, conhecido por ser um dos principais responsáveis pelo efeito estufa.

Além do benefício ambiental, os protocolos também proporcionaram ganhos substanciais de peso nos animais, variando entre 2% a 5% em comparação ao manejo tradicional. Este é o primeiro experimento em que esses protocolos foram implementados em um rebanho de alto padrão genético.

Considerando as fases de recria e terminação, a aplicação dos protocolos CCN e CBC não apenas promoveu uma redução nas emissões de metano entérico de 2% a 5%, mas também resultou em um aumento na produtividade de 4% a 8% em comparação ao manejo convencional.

O pesquisador Roberto Giolo, da Embrapa Gado de Corte (MS), ressaltou a importância do manejo de pastagem com a aplicação desses protocolos, destacando que, mesmo em rebanhos de alto padrão genético, a eficiência se mostrou evidente, proporcionando melhorias na produtividade e redução das emissões de metano entérico no pasto.

As marcas Carne Carbono Neutro (CCN) e Carne Baixo Carbono (CBC) atestam que a produção de bovinos de corte em sistemas pecuários neutraliza ou reduz, respectivamente, a emissão do metano entérico. Enquanto o CCN envolve a introdução obrigatória de árvores no sistema de produção (ILPF ou silvipastoril), considerando o carbono sequestrado e armazenado nos troncos, o CBC produz animais cujas emissões de metano são mitigadas pelo próprio processo produtivo.

O Protocolo CBC estará disponível ao público na plataforma Agri Trace Rastreabilidade Animal, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2024. A certificação requer conformidade com 20 requisitos mínimos na auditoria inicial, de um total de 67, que serão progressivamente requeridos ao longo de auditorias bienais. O CCN está disponível nessa mesma plataforma desde 2020, à disposição dos pecuaristas interessados.

Ao término do estudo, os resultados indicaram um ganho de peso final significativo para os animais nas áreas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Integração Lavoura-Pecuária (ILP), dentro dos protocolos Carne Carbono Neutro e Carne Baixo Carbono, respectivamente. Os ganhos foram de 4,2% e 8,1% em comparação ao manejo padrão da ABCZ.

O estudo faz parte do Programa Zebu Carne de Qualidade (PZCQ), desenvolvido pela ABCZ desde 2020, e na terceira edição da prova, realizada entre 2022 e 2023, foi acrescentada a mensuração da emissão de metano entérico, utilizando a equação desenvolvida pela Rede Pecus, da Embrapa. O experimento envolveu 147 animais de alto padrão genético, resultantes de cruzamentos entre Nelore e outras raças, com avaliações rigorosas nas fases de recria a pasto e terminação em confinamento. O período total do teste foi de 385 dias.


 

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