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Produtores querem aumentar plantio de trigo no MT


A safra mato-grossense de trigo será dobrada para 2003/04, quando a área plantada sairá dos atuais 1,5 mil hectares plantados para mais de 3 mil hectares. O trigo têm lavoura expressiva no município de Alto Taquari (a 509 quilômetros de Cuiabá) – considerado o de maior potencial para trigo de sequeiro -, onde a cultura faz divisa com os estados de Goiás e Mato Grosso do Sul. O grão é plantado no final de março e sua colheita é feita em julho.

Cerca de dez produtores desta região estão investindo recursos próprios na cultura do trigo. As principais dificuldades no pioneirismo desta cultura, são a utilização de variedades sem muito adaptação ao solo e clima da região, o alto valor dos custos de produção, que se comparado a média nacional, é cerca de 40% superior e a falta de políticas agrícolas para o trigo cultivado no Centro-Oeste.

Em 2001 para cada hectare plantado foram gastos R$ 380. Este ano a alta do dólar que repercutiu no meio agrícola, encareceu os preços de sementes e adubos estão mais caras.

Muito do que é plantado no Estado é subsidiado por moinhos de Goiás, que fornecem insumos em troca do grão. O grande consumidor do trigo mato-grossense Campo Grande (MS) e Goiás.

Enquanto Alto Taquari vai ficando conhecida pelo potencial na produção de trigo de sequeiro, Jaciara (a 148 quilômetros de Cuiabá), se tornou em 2002, o berço do trigo irrigado no Estado. O trabalho de parceria desenvolvido entre a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) está provando que trigo irrigado pode ser cultivado no cerrado de Mato Grosso.

A parceria criou a primeira Unidade de Observação de Trigo Irrigado (UOTI), na fazenda Chimarrita. De acordo com o engenheiro agrônomo da Empaer, Hortêncio Paro, um dos responsáveis pelo experimento, o objetivo é buscar um ajuste tecnológico desta variedade. “Não apenas Jaciara, mas outras regiões também possuem potencial para o cultivo irrigado, como Primavera do Leste, que está a mais de 600 metros de altitude em relação ao nível do mar”, explica.

Os resultados provam que os trabalhos desenvolvidos estão no caminho certo e mostram as variedades do grão que mais se adaptam ao Estado. Das quatro cultivadas na propriedade, a que apresentou o maior rendimento foi a BR 18, com produtividade de 4,4 mil quilos por hectare, seguida da BRS 49, com 4,3 mil quilos por hectare. A IAC 350 obteve 4,2 mil quilos por hectare e a BRS 208 registrou pouco mais de 4 mil quilos por hectare.

De acordo com Paro, a variedade que mais apresentou retorno financeiro ao produtor foi a BR 18, com R$ 717 por hectare. O valor da produção foi de R$ 1,9 mil (com média de 73 sacas de 60 quilos), contra os R$ 1,2 mil investidos na produção.

Outra variedade que chamou a atenção no retorno financeiro da lavoura foi a IAC 350, que obteve praticamente os mesmos índices de investimento e lucro.

Para este experimento, que segundo Paro deverá dar respostas seguras em dois anos, foram utilizadas variedades de sequeiro que foram implantadas em equipamentos de irrigação (pivot).

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