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Produtores de algodão buscam novos mercados no MT



O parque têxtil nacional está em crise e perdeu parte da confiabilidade dos cotonicultores. A alternativa é correr o mundo em busca de novos - e até mesmo a consolidação daqueles já existentes - mercados. É isso o que faz a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), que desde ontem recepciona uma delegação de 18 industriais de fiações e tecelagens da Índia, Indonésia, Turquia, Estônia e Tailândia.

A delegação veio conhecer a cadeia produtiva do algodão. Nesse contato, explica o presidente da Ampa, José Pupin, o objetivo é mostrar a capacidade produtiva e o domínio da mais moderna tecnologia colocada a serviço do cotonicultor. Implicitamente - embora Pupin desconverse - os mato-grossenses querem mostrar, na prática, que sabem produzir com qualidade e que querem desovar seu produto no nicho de mercado de 1,64 bilhão de habitantes espalhados nos cinco países representados pelos visitantes.

Marketing internacional agressivo é a arma da Ampa para provar que tem condições nessa e nas safras futuras, de assegurar boa fatia do mercado do algodão. E os números apresentados por Pupin, não deixam dúvidas: o Brasil exporta 125 mil toneladas (t) de plumas e Mato Grosso, que colhe 400 mil t de plumas, responde por 100 mil t dessa exportação. Ou seja, volume nesse patamar não é nem seria problema para a cotonicultura estadual, ainda mais se levado em consideração que produção, produtividade e área de cultivo mantém boa média de crescimento nos últimos nove anos.

O mercado internacional (de algodão) é mais seletivo e mais sólido. Quem sustenta isso é Pupin, um grande produtor que acaba de sofrer um rombo no bolso, após vender "uma montanha de fardos" para um grande comprador nacional e não ter recebido no prazo estipulado. "Venceu (o prazo) e propuseram que me pagariam em nove parcelas, com juro simbólico", comentou desapontado.

A visita a Mato Grosso começou pelo laboratório Wakefield Inspecion Services, em Cuiabá, onde a delegação conheceu a sistemática de classificação manual e análise pelo processo HVI (sigla em inglês de instrumento de alta capacidade de teste).

A Wakefield é uma multinacional de classificação e análise de algodão. Sua sede é em Liverpool, na Inglaterra. Presente em 27 países, atua em Cuiabá há três anos. Sua fundador, o empresário inglês Frank Wiekfield, veio a Mato Grosso especialmente para recepcionar a delegação que é chefiada pelo gerente de marketing da Ampa, o escocês Andrew Mac Donald.

Hoje, a delegação visita Agropecuária Marabá, de José Pupin, em Campo Verde, e a empresa Unicotton, em Primavera do Leste. Amanhã, estará no pólo de produção e descaroçamento na Serra de Petrovina, nos municípios de Pedra Preta e Alto Garças.

Na última etapa da viagem, o roteiro inclui a fazenda Sucuri, do empresário Adilton Sachetti, em Itiquira, na divisa com Mato Grosso do Sul.

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