O governo brasileiro vai implantar nos próximos meses o Sistema Nacional de Classificação de Carcaças Bovinas. O anteprojeto, elaborado por técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), recebeu esta semana o aval da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina e vai passar agora pelos ajustes finais. A expectativa é de que o sistema entre em vigor no prazo de um mês. O trabalho de classificação vai ficar a cargo de empresas independentes definidas pelo Mapa.
Para o setor pecuário, a medida irá resultar em incentivo econômico na produção de carne. Como a classificação levará em conta a qualidade da carcaça e do couro e o rastreamento do bovino, o criador poderá conseguir melhor preço no mercado interno e também externo, já que desde de julho somente carne rastreada pode ser exportada para a União Européia. “As propriedades preocupadas em produzir animais de qualidade vão ter seus produtos mais valorizados. Ainda é cedo para falar em valores porque vai depender da reação do mercado. Mas, acredito que, com a aplicação desse novo sistema, os frigoríficos passarão a pagar mais pela carcaça de maior qualidade”, afirma Nelson Pineda, diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), uma das entidades integrantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Carne Bovina. Segundo ele, os critérios do sistema de classificação de carcaça serão únicos para todas as raças.