Produção de trigo fica próxima à do ano anterior, aponta USDA
Recuperação no Rio Grande do Sul equilibra perdas no Paraná
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou em seu relatório de dezembro, "World Agricultural Production" (WAP), uma estimativa de produção de trigo no Brasil de 8,1 milhões de toneladas métricas (mmt) para o ano de comercialização 2024/25. O volume representa uma queda de 5% em relação ao mês anterior, mas está praticamente estável comparado ao ano passado e 7% acima da média dos últimos cinco anos.
A área colhida está estimada em 3 milhões de hectares, inalterada em relação ao mês anterior, mas 14% abaixo do ciclo anterior e 10% acima da média quinquenal. Já o rendimento médio é projetado em 2,70 toneladas por hectare, uma redução de 5% frente ao mês passado e 2% inferior à média de cinco anos. Apesar disso, o rendimento cresceu 16% na comparação com o ciclo 2023/24, marcado por chuvas excessivas no Rio Grande do Sul.
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O Rio Grande do Sul, principal estado produtor de trigo do Brasil, apresentou notável recuperação na safra. Com condições climáticas mais favoráveis este ano, após o impacto do El Niño na temporada anterior, os rendimentos aumentaram 78%, resultando em uma produção de 4,1 mmt, um salto de 57% em relação ao ano passado, segundo a EMATER/RS.
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No Paraná, no entanto, a seca afetou severamente a produção. Dados da DERAL indicam uma queda de 23% nos rendimentos e uma redução de 37% na produção estadual, comparado ao ciclo anterior. Imagens de satélite do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) confirmam a deterioração da saúde das plantações durante as fases críticas do desenvolvimento do trigo.
As perdas no Paraná praticamente anularam os ganhos obtidos no Rio Grande do Sul, resultando em uma produção nacional de trigo quase inalterada em relação ao ano passado.