Produção de grãos no Brasil deve cair para 298,6 milhões de toneladas

A safra de grãos no Brasil em 2023/24 está projetada para alcançar 298,6 milhões de toneladas, segundo o último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Esse número representa uma queda de 21,2 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior, resultado das condições climáticas desfavoráveis que impactaram a produtividade das lavouras.

Conforme dados da Conab, a colheita do milho de segunda safra está em fase final, com uma produção estimada em 90,28 milhões de toneladas. A colheita já ultrapassa 90% da área plantada no país, mas a produtividade variou significativamente, dependendo da época de plantio e do manejo adotado. Algumas regiões, como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, registraram perdas devido à falta de chuvas e ao ataque de pragas.

Além da queda na produtividade, houve também uma redução na área plantada de milho, tanto na primeira quanto na segunda safra, o que contribuiu para uma estimativa de produção total de 115,65 milhões de toneladas, uma diminuição de 12,3% em comparação com o ciclo anterior.

Por outro lado, o cultivo de algodão apresenta uma perspectiva mais positiva, com a Conab prevendo um recorde na produção de 3,64 milhões de toneladas de pluma, impulsionada por condições climáticas favoráveis. Já o feijão, com uma produção total estimada em 3,26 milhões de toneladas, mostra um aumento de 7,3% em relação à safra anterior, apesar dos desafios com pragas e doenças.

A produção de arroz também registrou crescimento, atingindo 10,59 milhões de toneladas, um aumento de 5,6% em relação ao ciclo passado, devido principalmente à ampliação da área cultivada, mesmo com dificuldades climáticas, especialmente no Rio Grande do Sul.

A soja, principal cultura agrícola do Brasil, deve fechar a safra com 147,38 milhões de toneladas, uma redução de 4,7% em relação ao ano anterior. Essa queda é atribuída a fatores climáticos adversos em regiões como Centro-Oeste, Sudeste e Matopiba. Já o trigo, cultura de inverno, deve sofrer uma redução de 11,6% na área plantada, com a expectativa de 3,07 milhões de hectares, concentrados principalmente na Região Sul.