Pressão da mosca-branca sobre a soja deve crescer
Manejo de amplo espectro de controle é o caminho ideal para evitar prejuízos na safra de soja
Os cultivos de soja, entre outros, podem enfrentar um aumento na pressão exercida pela mosca-branca durante a safra 2023/2024, que atualmente está em fase de plantio. Essa expectativa é resultado da influência do fenômeno El Niño nas condições climáticas tropicais do Brasil.
O clima brasileiro já é naturalmente quente e úmido, características que favorecem o desenvolvimento da mosca-branca, um inseto prejudicial às plantações. Com o El Niño, há a previsão de temperaturas acima da média e períodos chuvosos irregulares que podem persistir até meados de 2024. Essas condições climáticas podem criar um ambiente propício para a proliferação da mosca-branca.
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Nesse contexto, o manejo adequado dessa praga se torna fundamental para evitar possíveis impactos negativos sobre a produtividade da soja, que é o principal cultivo da agricultura nacional.
"A Bemisia tabaci, nome científico da mosca-branca, alimenta-se da seiva das folhas. Por meio desse processo, ela enfraquece as plantas, debilitando o seu crescimento e, consequentemente, reduzindo a produção. Levantamentos registraram que o inseto pode causar perdas médias de até 30% nas lavouras de soja.", comenta Leandro Valerim, gerente de inseticidas da UPL Brasil.
O engenheiro agrônomo e mestre pela Universidade de São Paulo (USP) alerta sobre os danos causados pela mosca-branca nas plantações. Além dos prejuízos diretos resultantes da sucção de seiva das plantas, esse inseto também excreta uma substância açucarada que se deposita nas folhas, criando um ambiente propício para o crescimento de fungos prejudiciais. "A praga pode contribuir com a disseminação de micro-organismos causadores de outras doenças que impactam severamente a produtividade, pois reduzem a eficiência da fotossíntese da planta", destaca o especialista.