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Preços nas alturas: carne bovina supera valor do boi para abate

Por outro lado, em setembro do ano anterior, a situação era inversa, com o boi gordo sendo negociado a preços superiores à carne, com uma vantagem de 9,23 Reais por arroba



Foto: Pixabay

Os preços do boi gordo destinado ao abate estão demonstrando uma recuperação significativa neste início de setembro. No entanto, quando consideramos o acumulado de 2023 (levando em conta as médias mensais ajustadas pelo índice CEPEA/B3 para o boi gordo no estado de São Paulo, de dezembro de 2022 até a primeira metade de setembro de 2023), observamos uma queda acentuada de 26,3%. Em contrapartida, ao analisarmos a carne bovina no mesmo período, a desvalorização da carcaça casada (negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo) é relativamente menor, registrando uma redução de 15,9%.

Nesse contexto, dados do CEPEA indicam que a diferença entre os preços médios mensais da arroba do boi gordo e da carne atingiu um patamar recorde, com uma vantagem notável para a proteína. Isso significa que, no mercado atacadista da Grande São Paulo, a carne bovina nunca esteve tão mais cara em relação ao boi destinado ao abate. Em setembro de 2023, a carne no atacado é negociada a um valor quase 29 Reais por arroba acima do boi gordo, marcando a maior discrepância já registrada na série de dados mensais do CEPEA, que teve início em 2001 para a carcaça. Comparativamente, em agosto de 2023, essa diferença era de 22,8 Reais por arroba, já sinalizando um distanciamento entre os preços que se acentuou em setembro.

Por outro lado, em setembro do ano anterior, a situação era inversa, com o boi gordo sendo negociado a preços superiores à carne, com uma vantagem de 9,23 Reais por arroba. Até então, a maior vantagem da carne bovina sobre o boi gordo tinha sido de 26,54 Reais por arroba, registrada em junho de 2017. É importante destacar que no primeiro semestre desse ano, o setor pecuário enfrentou três desafios significativos: a operação Carne Fraca, conduzida pela Polícia Federal, o retorno da cobrança do Funrural e, em maio, investigações envolvendo uma indústria de grande relevância para o setor, eventos que exerceram pressão considerável sobre os valores de negociação do boi gordo, resultando na notável diferença de preços em relação à carne.

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