Preços do trigo mantêm estabilidade com tendência de alta
Expectativas de alta com início da colheita
De acordo com o relatório publicado na última sexta-feira (9) pela Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), os preços do trigo no Brasil mantiveram-se estáveis na última semana, embora o trigo de qualidade superior esteja apresentando um viés de alta. Em setembro, está previsto o início da colheita de trigo no Paraná, o que pode influenciar o mercado.
A média de preços do trigo no Rio Grande do Sul fechou a última semana em R$ 68,80 por saco, enquanto no Paraná os preços se mantiveram em R$ 76,00 nas principais praças locais. Em julho, o preço médio real do trigo no Rio Grande do Sul subiu, alcançando R$ 1.468,41 por tonelada FOB, a melhor média mensal desde dezembro de 2022, e superando em 8,3% o valor médio de julho do ano passado, conforme dados do Cepea/Esalq.
No cenário nacional e internacional, o mercado de trigo considera que o “fundo do poço” dos preços já foi superado, conforme análise da TF Agronômica. A tendência é de preços mais firmes, dependendo do desempenho final da nova safra nacional e da argentina. A TF Agronômica também observa que o mercado de trigo no Rio Grande do Sul enfrenta problemas com a transferência de custos, gerando insatisfação entre os participantes do setor. A situação no mercado local permanece apática, com moinhos bem abastecidos e reclamações concentradas na moagem e nas baixas margens. A recomendação para mitigar os riscos financeiros é o uso do mercado futuro.
Em Santa Catarina, o trigo da safra passada, bem como o da nova safra, é atualmente o mais barato, o que leva os moinhos catarinenses a estenderem seus estoques devido à falta de demanda e à viabilidade econômica das farinhas. Estes moinhos estão se abastecendo no Rio Grande do Sul e esperam complementar seus estoques com a nova safra do Paraná e do próprio estado gaúcho.
No Paraná, a expectativa é de uma colheita maior, mesmo com uma redução significativa na área semeada. Os preços atuais da nova safra podem ser lucrativos para os produtores, com compradores oferecendo R$ 1.650,00 CIF moinho desde o final da semana passada. No entanto, os compradores buscam pagar no máximo R$ 1.600,00, evidenciando a sensibilidade dos preços às oscilações cambiais e à oferta disponível.