Preços do trigo apresentaram queda em Chicago
França reduz exportações de trigo após pior safra em quatro décadas
Segundo a análise semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) publicada na última quinta-feira (14), as cotações do trigo registraram uma queda nesta semana em Chicago, com o bushel fechando na quinta-feira (14) a US$ 5,30, valor que não era observado desde o final de agosto. Esse recuo representa uma diminuição em relação aos US$ 5,71 registrados na semana anterior.
O relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado em 8 de novembro, apontou uma produção norte-americana de 53,6 milhões de toneladas para 2024/25, enquanto os estoques finais do país ficaram em 22,2 milhões de toneladas. Globalmente, a produção foi estimada em 794,7 milhões de toneladas, e os estoques finais em 257,6 milhões de toneladas, sem grandes alterações em relação ao mês anterior.
No Brasil e na Argentina, o USDA reduziu suas estimativas de produção para 8,5 milhões e 17,5 milhões de toneladas, respectivamente, uma queda de 500 mil toneladas em relação às projeções de outubro. Enquanto isso, o preço médio pago aos produtores nos EUA foi ajustado para US$ 5,60/bushel no novo ano comercial, abaixo dos US$ 5,70 estimados anteriormente e distante dos US$ 6,96 de 2023/24, conforme a análise do Ceema.
Clique para seguir o canal do Agrolink no WhatsApp
Segundo o Ceema, na Índia, os preços locais do trigo atingiram níveis recordes devido à forte demanda e à oferta limitada. A tonelada do cereal chegou a US$ 355,64, uma alta de 31,9% em relação ao preço fixado pelo governo para a safra passada. Apesar das tentativas do governo de conter a alta com a liberação de estoques públicos e a redução do limite de compra para comerciantes, a expectativa é de que os preços continuem subindo.
Na Europa, a concorrência acirrada com a Rússia e a Ucrânia derrubou os preços do trigo, especialmente nos mercados árabe e africano. O trigo russo, com 12,5% de proteína, foi cotado a US$ 230,00 por tonelada FOB, um valor imbatível para os produtores europeus. A França, por exemplo, reduziu em 40% sua estimativa de exportação para 2024/25, reflexo de uma das piores safras em 40 anos, segundo o France AgriMer.
Além disso, os agricultores europeus iniciaram protestos contra o acordo União Europeia-Mercosul, preocupados com a possível ampliação das importações de produtos agrícolas sul-americanos.
Nos Estados Unidos, o plantio do trigo de inverno atingiu 91% da área prevista até 10 de novembro, com 76% das lavouras já germinadas. No entanto, 18% das plantações foram classificadas em condições ruins a muito ruins. Já na América do Sul, o Brasil mantém uma estimativa de importação de 6 milhões de toneladas, enquanto a Argentina projeta exportar 11,5 milhões de toneladas, apesar de os números locais sugerirem uma produção maior, de até 19 milhões de toneladas, de acordo o Ceema.