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Preços do milho no Brasil seguem em ALTA

xportações elevadas, atraso no plantio e incertezas na safrinha impulsionam preços


Foto: Pixabay

Os preços do milho continuam apresentando uma tendência de alta no Brasil, com a média no Rio Grande do Sul fechando a semana em R$ 55,47 por saco, enquanto em outras regiões do país os valores do cereal oscilaram entre R$ 35,00 e R$ 59,00 por saco.

O cenário é influenciado pelas dificuldades climáticas na safra de verão e preocupações em relação ao possível atraso e redução da área na futura safrinha. Diante disso, os vendedores optaram por recuperar, limitando o milho disponível. As exportações elevadas têm sido um fator-chave, permitindo a redução de estoques após uma safra recorde. Paralelamente, os consumidores são mais ativos, buscando um abastecimento mais precoce devido às mudanças climáticas.

De acordo com dados da AgRural, até meados de novembro, o planejamento do milho de verão atingiu cerca de 80% da área esperada no Centro-Sul do Brasil, alcançando 81% no Rio Grande do Sul e 98% no Paraná até dados recentes.

Projeções indicam uma produção total de milho no Brasil para 2023/24 em torno de 128,7 milhões de toneladas, marcando um recuo em relação aos 138,4 milhões de toneladas do ano anterior, com um aumento na área semeada em cerca de 5, 1%, chegando a 21,2 milhões de hectares. Se confirmado, será o primeiro recuo desde 2017/18.

Além disso, países como Vietnã, Tailândia, Turquia e Nova pretendem abrir seus mercados para o farelo de milho brasileiro, um subproduto gerado na produção de etanol de milho, conhecido como DDG (grãos secos por destilação) ou DDGS (grãos secos por destilação com solúveis). Esse insumo é utilizado na formulação de rações animais, e estima-se que até 2031/2032 a produção de etanol de milho no Brasil alcance 10,88 bilhões de litros, resultando em aproximadamente 6,5 milhões de toneladas de DDG/DDGS para o mercado.

Apesar do Brasil ser o terceiro maior produtor de milho do mundo, com cerca de 10% destinado à produção de etanol, as exportações brasileiras nos primeiros 11 dias úteis de novembro alcançaram 4,2 milhões de toneladas, representando 71% do total exportado em novembro de 2022. Para o total do mês, espera-se exportações em cerca de 7,96 milhões de toneladas, abaixo dos 8,32 milhões projetados na semana anterior.

No Mato Grosso, em outubro, as exportações de milho atingiram 2,21 milhões de toneladas, sendo 40,5% destinadas à China nos primeiros 10 meses de 2023, totalizando 21,22 milhões de toneladas exportadas, com 5,47 milhões adquiridas pela China.

Na Bolsa brasileira (B3), os contratos do primeiro semestre de 2024 ultrapassaram R$ 70,00 por saco, reflexo das incertezas sobre o desempenho da futura safrinha de milho nacional, devido ao possível atraso no planejamento decorrente do atraso na colheita da soja no Centro-Oeste. Os produtores da safrinha adquiriram apenas 40% dos insumos necessários para o plantio, configurando um cenário de atraso significativo e gerando dúvidas sobre a eficácia da extensão do plantio deste milho.

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