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Preços do milho apresentam flutuações

Alta de 5,4% entre março e junho e retração em julho


Foto: Nadia Borges

Os preços do milho no mercado brasileiro registraram uma elevação de 5,4% entre março e junho de 2024, de acordo com o Boletim Agropecuário de julho do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). No entanto, no início de julho, houve uma retração, com os preços recuando 0,5%, situando-se em R$57,97 por saca em 10 de junho.

A predominância de fatores de baixa, especialmente devido à maior oferta decorrente da colheita da segunda safra no Brasil, marcou o mercado do milho em junho e no início de julho. Em junho, os preços ao produtor no estado registraram um aumento de 2,25% em relação ao mês anterior. Comparado a junho de 2023, a alta anual foi de 8,2%, mas a variação do primeiro semestre de 2024 foi negativa.

A primeira safra de verão em Santa Catarina para 2024/24 confirmou as previsões anteriores de redução na área de cultivo (7,9%) e na produtividade (18,5%), resultando em uma queda de 24,9% na produção da primeira safra. Em termos absolutos, isso representa uma redução de 670 mil toneladas em relação à safra anterior. As condições climáticas, com excesso de chuvas durante a floração e o enchimento de grãos, foram fatores determinantes para a baixa produtividade.

Na segunda safra, houve uma redução de 16% na área cultivada em relação ao período anterior. O atraso na colheita de soja em algumas regiões impediu o cultivo do milho no período adequado. Parte dessa área foi destinada ao milho-silagem, atendendo à necessidade dos produtores de leite, embora essa prática técnica não seja recomendada. A monocultura facilita o desenvolvimento de doenças, pragas e plantas daninhas, além de reduzir a matéria orgânica do solo, impactando negativamente a produtividade.

O relatório atual confirma uma redução de 25% na produção total de milho no estado em relação à safra 2022/23. A área de cultivo na safra atual diminuiu, com cerca de 30 mil hectares a menos de milho plantado. Os custos elevados de produção e a incidência da cigarrinha foram apontados como fatores contributivos.

O déficit de milho para as agroindústrias do estado foi de 5,3 milhões de toneladas em 2023 e deve aumentar devido à redução da safra estadual em 2023/24. Esse déficit é majoritariamente suprido por importações interestaduais, especialmente do Paraná e Mato Grosso do Sul. Em termos de importações, até junho deste ano, somaram 76,8 mil toneladas e devem superar 200 mil toneladas em 2024, com a maior parte das importações ocorrendo no segundo semestre. Até agora, a totalidade dessas importações vem do Paraguai, devido ao custo mais viável do frete comparado ao centro-oeste brasileiro. Com a recuperação da safra argentina em 2024, essa também se torna uma opção viável para o fornecimento do cereal.

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