Preços do frango vivo sobem em setembro

Segundo a análise da edição de setembro do Boletim Agropecuário produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, nas duas primeiras semanas de setembro, os preços do frango vivo apresentaram leve alta nos dois principais estados produtores. No Paraná, houve um aumento de 0,5% em comparação com o mês anterior, enquanto em Santa Catarina o crescimento foi de 0,4%. Quando comparados aos preços de setembro do ano passado, as altas foram de 4,5% no Paraná e 2,9% em Santa Catarina, considerando os valores nominais.

Em relação às variações regionais, os preços nas duas primeiras semanas de setembro mantiveram-se estáveis nas regiões Meio Oeste e Litoral Sul. No entanto, a região Oeste registrou uma alta de 1,2% no período. Comparado a setembro de 2023, o Meio Oeste viu um aumento de 3,1%, e o Litoral Sul, de 0,7%, enquanto o Oeste sofreu uma queda de 6,6%, todos os valores corrigidos pelo IGP-DI.

No mercado atacadista, os preços da carne de frango mostraram variações distintas no início de setembro. O peito com osso e o filé de peito apresentaram altas de 1,7% e 0,8%, respectivamente. Por outro lado, a coxa/sobrecoxa e o frango inteiro congelado tiveram variações negativas de -0,8% e -0,1%. A variação média dos quatro cortes foi de 0,4%, com um aumento acumulado de 18,6% no ano, conforme dados do Boletim Agropecuária.

Quando comparados aos preços de setembro de 2023, os valores atuais apresentam aumentos em todos os cortes: 34,2% para o filé de peito, 30,8% para o peito com osso, 10,3% para o frango inteiro e 3,9% para a coxa/sobrecoxa. A variação média dos quatro cortes foi de 19,8%.

De acordo com a Embrapa Suínos e Aves, o custo de produção de frangos em aviário climatizado positivo em Santa Catarina foi de R$ 4,85/kg em agosto, refletindo uma alta de 2,1% em relação ao mês anterior e 4,0% acima do custo de agosto de 2023, corrigido pelo IGP-DI. No acumulado do ano, o aumento é de 5,2%. A relação de troca insumo-produto caiu levemente nas duas primeiras semanas de setembro, com uma redução de 0,5% devido ao aumento no preço do frango vivo na região Oeste, parcialmente compensado pela alta no preço do milho.

No setor de exportações, o Brasil enviou 318,5 mil toneladas de carne de frango em agosto, o que representa uma queda de 29,6% em relação ao mês anterior e de 24,4% na comparação com agosto de 2023. As receitas caíram para US$ 609,0 milhões, uma redução de 30,3% em relação ao mês anterior e de 25,2% na comparação anual. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) atribui essa queda ao surto de doença de Newcastle no Rio Grande do Sul, que afetou especialmente os embarques para a China e o México.

No acumulado de janeiro a agosto, o Brasil exportou 3,30 milhões de toneladas de carne de frango, gerando receitas de US$ 6,04 bilhões, o que representa uma queda de 3,2% em quantidade e 10,2% em valor em comparação com o mesmo período do ano passado. Santa Catarina exportou 69,9 mil toneladas em agosto, com uma queda de 32,3% em relação ao mês anterior e de 28,8% na comparação anual. As receitas foram de US$ 141,0 milhões, com uma redução de 31,5% em relação ao mês anterior e de 31,9% na comparação anual.

Apesar das quedas recentes, o valor médio da carne de frango in natura exportada por Santa Catarina foi de US$ 1.934,82 por tonelada em agosto, uma pequena queda de 0,1% em relação ao mês anterior, mas 3,8% abaixo do valor de agosto de 2023. No acumulado do ano, o estado exportou 736,4 mil toneladas, com receitas de US$ 1,42 bilhão, apresentando um aumento de 0,5% em quantidade, mas uma queda de 10,5% em valor, comparado ao mesmo período do ano anterior. Santa Catarina foi responsável por 23,5% das receitas geradas pelas exportações brasileiras de carne de frango nos primeiros oito meses de 2024.