Preços do feijão cederam: ENTENDA
A colheita segue sem grandes contratempos nas zonas produtoras
No início deste mês, o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe) indicava que agosto seria um mês prolongado para os cultivadores de Feijão-carioca. Sendo este o período de maior colheita do ano, era esperado que os preços diminuíssem. E, de fato, os preços cederam devido à pressão decorrente da colheita de variedades como Pérola e Estilo. Essas variedades não têm capacidade de armazenamento e, somadas às variedades como ANFC-5 e 9, Dama, Marhe e IAC 2051, que também estão sendo oferecidas, resultaram em um mercado excessivamente abastecido.
Enquanto as plantações em Goiás alcançam pouco mais de 80% de conclusão da colheita e Minas Gerais se encaminha para a etapa final, é improvável que a pressão - apesar de possuirmos um volume considerável em estoque capaz de suprir a demanda nos próximos meses - conduza a preços inferiores aos observados em agosto.
“Com as lavouras em Goiás caminhando para pouco mais de 80% colhido e Minas Gerais caminhando para o terço final, a pressão, ainda que tenhamos um bom volume estocado que atenderá à demanda dos próximos meses, não deverá ameaçar o setor com preços abaixo do que foi visto em agosto. Sim, o Mato Grosso avançará colhendo em setembro. Mas lá os irrigantes sabem administrar a oferta também. Os Feijões vermelhos, rajados e pretos terão oferta cada dia menor nos próximos meses”, diz o Ibrafe.
A colheita segue sem grandes contratempos nas zonas produtoras. Vários agricultores relataram que não têm buscado compradores, uma vez que preferem negociar em estágios posteriores, devido às atuais circunstâncias. A maioria dos negócios registrados ocorre entre produtores que têm consciência do pico de colheita e, por consequência, da disponibilidade mais ampla neste período. No entanto, esses produtores necessitam de liquidez imediata. Portanto, neste momento, são raros os acordos com prazos mais extensos.