Preços da soja sobem com câmbio elevado
Safra recorde pode pressionar mercado
A Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema) divulgou nesta quinta-feira (05) uma análise indicando que os preços da soja no Brasil subiram ligeiramente na última semana, impulsionados por um câmbio elevado, que ficou acima de R$ 6,00 por dólar em grande parte do período. A média gaúcha foi de R$ 129,33 por saco, com variações entre R$ 127,00 e R$ 129,00 nas principais praças do estado. No restante do país, os valores oscilaram entre R$ 126,50 e R$ 142,00 por saco.
A produção nacional de soja para a nova safra deve alcançar um volume histórico, estimado entre 166 e 171 milhões de toneladas, segundo consultorias e órgãos oficiais. Com isso, espera-se que as exportações para 2024/25 fiquem entre 103 e 107 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais devem saltar de 2,1 milhões de toneladas, em 2023/24, para 6,1 milhões no próximo ano, mesmo com exportação recorde e demanda interna projetada em 60 milhões de toneladas.
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Segundo os dados do Ceema, no Rio Grande do Sul, a safra atual deve superar 21,6 milhões de toneladas, um aumento de 18,6% em relação à produção prejudicada do ciclo anterior, segundo a Emater. O plantio foi realizado em 6,8 milhões de hectares, com produtividade média esperada de 53 sacos por hectare, 13,2% a mais que na safra passada.
Já no Mato Grosso do Sul, as chuvas recentes permitiram o encerramento do plantio. A área semeada cresceu 6,8%, e a produtividade deve alcançar 51,7 sacos por hectare, o que resultará em uma produção final de 13,9 milhões de toneladas.
Com a colheita iniciando em janeiro no Norte e Centro-Oeste, o clima será decisivo para confirmar ou não o novo recorde de produção. Caso se confirme, é provável que os preços sofram pressão de baixa. Atualmente sustentados pelo câmbio elevado, os valores podem recuar para a faixa entre R$ 100,00 e R$ 125,00 por saco caso o dólar volte ao patamar de R$ 5,00.
Outro fator de incerteza para o mercado é o impacto político internacional, especialmente com a possível posse de Donald Trump nos Estados Unidos a partir de 20 de janeiro de 2024, o que pode influenciar as cotações globais.