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Preços da soja registram alta em Santa Catarina

A elevação das cotações é atribuída à menor oferta interna do produto



Foto: United Soybean Board

De acordo com o Boletim Agropecuário de outubro, produzido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e divulgado pelo Observatório Agro Catarinense, o mercado de soja em Santa Catarina registrou uma leve alta de 2,6% nos preços pagos ao produtor em setembro, após dois meses consecutivos de queda. O movimento de alta continua em outubro, com um aumento de 2,2% nos primeiros 10 dias do mês, em comparação com o preço médio de setembro.

A elevação das cotações é atribuída à menor oferta interna do produto, aliada às condições climáticas desfavoráveis, como a estiagem que afeta o início da safra 2024/25 na região Centro-Oeste do Brasil. Apesar desse movimento positivo nos preços, os fatores predominantes no mercado indicam uma estabilização e até uma possível queda das cotações, em função da oferta e demanda global de soja, principalmente pela incerteza sobre o volume de compras da China até o final do ano.

Nos Estados Unidos, o clima favoreceu uma safra recorde em 2024. No Brasil, embora o clima tenha se mostrado irregular no início do plantio, o país, maior produtor mundial de soja, ainda se encontra na janela ideal para semeadura, conforme o zoneamento agroclimático. A oscilação do mercado também tem sido influenciada por investimentos na Bolsa de Chicago e por iniciativas do governo brasileiro, como a sanção da Lei do Combustível do Futuro, que aumenta a demanda pelo biodiesel, feito a partir de óleo de soja.

Em Santa Catarina, a safra 2024/25 de soja está sendo plantada com maior intensidade em outubro. A área plantada deve crescer 1,78%, atingindo 768 mil hectares, com uma expectativa de aumento significativo na produtividade. A projeção indica um incremento de 10,8% na produtividade média, que deve alcançar 3.837 quilos por hectare. Com isso, a produção catarinense de soja da primeira safra deve crescer 13,5%, chegando a aproximadamente 2,94 milhões de toneladas.

As regiões de Chapecó e São Miguel do Oeste registraram o maior avanço no plantio até o início de outubro, com 8% a 12% da área prevista já semeada. As chuvas intensas no estado, que chegaram a acumular mais de 180 mm até o dia 10 de outubro, atrasaram o ritmo do plantio, mas os produtores ainda estão dentro da janela ideal para a semeadura.

Entre janeiro e setembro de 2024, as exportações catarinenses de soja somaram 1,22 milhão de toneladas. A expectativa é de que o volume total exportado seja inferior ao de 2023, devido à queda na produção da safra 2023/24. As exportações atingiram seu pico em abril e mantiveram uma média entre 119 mil e 158 mil toneladas mensais. Em setembro, o volume exportado foi de 129 mil toneladas, com a China sendo o principal destino, absorvendo 78% das vendas externas do estado. No entanto, houve uma redução de 6% nas exportações para o mercado chinês, enquanto outros destinos mostraram crescimento.

O mercado global de soja e outras oleaginosas tem mostrado volatilidade. Enquanto os preços da soja subiram devido às condições climáticas adversas na América do Sul, eles recuaram ligeiramente com a chegada das chuvas no Brasil em outubro. Produtos derivados, como o farelo de soja, acompanharam as oscilações de preço da commodity. Já os óleos vegetais, incluindo óleo de soja nos EUA e óleo de palma, registraram alta de preços, impulsionados pela menor oferta esperada de outros óleos, como palma, colza e girassol.

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