De acordo com o boletim semanal da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (Ceema), os preços do milho no Brasil continuam em alta, com a média no Rio Grande do Sul fechando a semana a R$ 60,98 por saco. Em outras regiões, os preços variaram entre R$ 45,00 e R$ 62,00 por saco, refletindo um cenário de alta demanda e oferta ajustada.
No campo, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o plantio da nova safra de verão no Brasil atingiu 25,9% da área esperada até o dia 6 de outubro, levemente abaixo dos 26,8% registrados no mesmo período do ano anterior. Os estados mais avançados no plantio são Paraná (74%), Rio Grande do Sul (73%) e Santa Catarina (55%). Já em Minas Gerais, o plantio é ainda incipiente, com apenas 0,5% da área semeada. Das áreas plantadas, 23,9% das lavouras estão em fase de emergência, enquanto 76,1% encontram-se em desenvolvimento vegetativo.
Segundo o bolteim, no Mato Grosso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) consolidou os dados da safra 2023/24, apontando uma produção total de 47,2 milhões de toneladas de milho, uma redução de 10,2% em relação ao ano anterior. A produtividade média ficou em 115,6 sacos por hectare, sobre uma área total de 6,8 milhões de hectares, o que representa uma queda de 9,2% em relação à safra anterior. Para 2024/25, a área plantada deverá sofrer uma leve redução de 0,14%, totalizando 6,79 milhões de hectares, com a produção estimada em 45,5 milhões de toneladas, baseada na produtividade média dos últimos três anos.
Já no mercado de milho, a comercialização no Mato Grosso, até o final de setembro, alcançou 77,9% do total produzido na safra 2023/24, com o preço médio do produto disponível em R$ 43,87 por saco, representando um aumento de 5,4% em setembro em comparação a agosto. No que se refere à safra futura, 15,5% já foram comercializados, um avanço de 5,5 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Imea.
No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral) informou que 85% da área destinada ao milho da safra 2024/25 já estava semeada. Destas, 14% estavam em fase de germinação e 86% em desenvolvimento vegetativo, com 95% das áreas em boas condições e apenas 5% em condições medianas.
As exportações de milho no Brasil, no entanto, recuaram. Em setembro, o volume exportado somou 6,4 milhões de toneladas, abaixo das 8,7 milhões registradas no mesmo período de 2023. A média diária de exportação caiu 26,6% em comparação a setembro do ano anterior. Entre fevereiro e setembro, o Brasil exportou 19,5 milhões de toneladas de milho, muito abaixo das 28 milhões exportadas no mesmo intervalo do ano anterior. Se o ritmo continuar o mesmo, as exportações totais de milho no ano comercial 2024/25 podem fechar em torno de 38 milhões de toneladas, bem abaixo das expectativas anteriores.
Essa desaceleração nas exportações é atribuída ao fato de o milho brasileiro estar com preços elevados, tornando-o menos competitivo no mercado internacional. Para outubro, a expectativa é de que os embarques também fiquem abaixo do ano anterior. Nos primeiros quatro dias úteis do mês, foram exportadas 1,1 milhão de toneladas, enquanto, em outubro de 2023, o total exportado foi de 8,4 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
No horizonte de longo prazo, o Imea projeta um crescimento expressivo da produção de milho no Mato Grosso. Até a safra 2033/34, o estado poderá alcançar uma produção de 80,4 milhões de toneladas, sobre uma área de 10,9 milhões de hectares. Esse aumento representa uma expansão de 60,2% na área plantada nos próximos 10 anos, com um crescimento anual de 4,8%. O incremento na produção será impulsionado pela expansão das áreas de milho e pela conversão de terras de pastagem para a agricultura. A produtividade média também deverá aumentar, passando para 123 sacos por hectare, um crescimento de 6,4%. Caso essa projeção se concretize, a produção de milho no estado terá um salto de 70,4% em relação à safra 2023/24.