Os preços agrícolas subiram 3% no mês de março em São Paulo, com 2,22% de aumento sobre fevereiro. Assim, o índice de preços recebidos pelos agricultores (IPR) manteve a variação positiva. A informação é do Instituto de Economia Agrícola (IEA) de São Paulo. Dos 19 produtos pesquisados, nove apresentaram reduções no preço (algodão, amendoim, arroz, café, milho, soja, aves, boi gordo e suíno). Entre os vegetais, o crescimento nos preços de sete produtos, apesar da retração em seis produtos, gerou aumento de 5,39% no índice de preços do grupo. Já entre os produtos de origem animal, a queda nas cotações de aves, boi gordo e suínos, que não foi compensada pela majoração nos preços de leite e ovos, levou ao decréscimo de 1,95% nos preços do grupo.
O resultado foi a elevação de 3% no índice geral de preços agrícolas. No primeiro trimestre de 2003, a variação acumulada no IPR foi de 5%, em comparação com 6,27% do IGP-M e 4,57% do IPC-Fipe (estimativa). Isto indica que houve perda no poder de troca dos agricultores de 1,27 ponto percentual em relação ao IGP-M, mas ganho de 0,43 ponto percentual frente ao IPC-Fipe. Assim, os preços agrícolas estão crescendo em níveis próximos aos dos indicadores de inflação, apesar do início da colheita de vários produtos e da safra do boi gordo.
No ano de 2003, treze produtos apresentaram crescimento nos preços, dos quais banana, batata, cebola, feijão e tomate com aumento acumulado superior a 20%. Por sua vez, cana-de-açúcar, laranja, trigo, leite e ovos tiveram aumentos inferiores a 20%, enquanto oito produtos tiveram reduções de preço. A variação mensal anualizada do IPR, em março de 2003, indica início de crescimento a partir de junho de 2002, atingindo neste mês o seu maior nível (40,96%), em comparação com 32,48% do IGP-M e estimativa de 13,90% do IPC-Fipe. Assim, os preços agrícolas estão ganhando 8,48 pontos percentuais do
IGP-M e 27,06 pontos percentuais do IPC-Fipe.
Nos últimos 12 meses, todos os produtos agrícolas apresentaram crescimento nos preços, dos quais dezessete com acréscimos superiores a 20% e apenas cana-de-açúcar e cebola com taxa menor do que 20%. No mês de março, no ano de 2003 e também em 12 meses, o destaque foi o tomate, cuja oferta é afetada em março e abril pelas intensas chuvas de janeiro e fevereiro, que, além de provocar perda na colheita, atrasaram o desenvolvimento dos novos plantios, resultando em fortes altas nos preços.
O preço do milho apresentou forte redução acumulada em 2003, com -15,90%, em função da intensificação da colheita da nova safra. O feijão apresentou uma das maiores altas de preço nos últimos 12 meses, em função da menor oferta do produto na safra das águas de 2003. O preço do boi gordo vem indicando tendência de queda no mês de março, em função do aumento na oferta e de menores exportações.