Preço dos fertilizantes dobrou em 5 anos
Em dezembro nitrogenados e potássicos foram responsáveis pelos maiores aumentos
No ano de 2021a demanda brasileira de fertilizantes foi recorde, mesmo com um forte aumento nos preços médios, sobretudo no último semestre. Um dos fatores que se explica é o incremento dos combustíveis no cenário mundial, as incertezas sobre o abastecimento de players importantes como China e Rússia neste mercado, bem como a forte demanda brasileira.
De acordo com o Boletim Logístico da Conab, em dezembro de 2021, o preço médio dos fertilizantes atingiu o seu maior valor em US$/tonelada, de US$ 534,28, quase o dobro da média de 05 anos de US$ 284,78 e acima da média de 2021, que foi de US$ 350,75/tonelada. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) os fertilizantes nitrogenados e potássicos foram responsáveis pelos maiores aumentos, visto que chegaram a US$ 489,24 e 530,19/tonelada, respectivamente, em dezembro de 2021.
No ano passado o Brasil importou 41,6 milhões de toneladas de janeiro a dezembro. No ano anterior haviam sido 34,2 milhões de toneladas e em 2017 o Brasil importava a metade desse volume, com 28,6 milhões de toneladas.
O principal estado importador de fertilizantes foi Mato Grosso, principal produtor de grãos do país, importando cerca de 8,0 milhões de toneladas de adubos, sendo a sua maioria por meio dos portos de Santos e Paranaguá, o que demanda um alto custo de transporte, tendo em vista a distância acima de 2000 km, gerando um intenso fluxo de caminhões, visto que, segundo a ANTT, o principal modal de transporte de fertilizantes ainda é rodoviário, aumentando, assim, a necessidade da multimodalidade para este setor também.
Na sequência, completando os cinco maiores importadores, aparecem o Rio Grande do Sul (6,6 milhões/ton), Paraná (5,4), São Paulo (4,3) e Minas Gerais (3,8). A maior parte chegou pelo Porto de Santos (SP) , que concentrou cerca de 45%. Na sequência vem Paranaguá (PR) com pouco mais de 20% e Santarém (PA), com 12%.