Precificação da cana entra em questão de urgência
“É crucial que a metodologia seja revisada"
A Organização das Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA), tem lutado há muito tempo por uma revisão justa nos preços dos produtos vendidos pelos produtores de cana. A principal demanda é uma melhor precificação da cana pelo Conselho de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Etanol do Estado de São Paulo (Consecana), uma vez que o valor atual de US$ 26 por tonelada está abaixo dos custos de produção e está abaixo dos padrões globais.
No mundo, os Estados Unidos é o país que melhor remunera os produtores de cana-de-açúcar ao pagar US$ 41,30 por tonelada; a Turquia aparece em segundo lugar com o valor de US$ 41,10. Já o Brasil aparece com precificações diferentes conforme o Estado, sendo que o Consecana de Pernambuco é que melhor valor paga - US$ 38,34 - por tonelada de cana, com os efeitos do açúcar.
“É crucial que a metodologia seja revisada. Outras culturas como soja, amendoim e milho estão tendo rendimentos melhores. Enquanto a cana, no modelo Consecana, tem resultado em déficit para o produtor, a soja e amendoim têm um resultado melhor. Infelizmente alguns dos produtores não computam todos os custos envolvidos na atividade e irão perceber depois o impacto em seu negócio”, argumenta o CEO da ORPLANA, José Guilherme Nogueira.
Durante o Congresso Internacional WABCG (Associação Mundial de Produtores de Cana e Beterraba Açucareira) em Cali, Colômbia, um estudo foi conduzido em colaboração com várias associações mundiais de produção de cana. Segundo Nogueira, CEO da ORPLANA, esse estudo forneceu informações relevantes sobre como a cana-de-açúcar é remunerada globalmente. Ele enfatiza a necessidade de obter resultados satisfatórios no Brasil e estima que a defasagem nos preços esteja em torno de um reajuste de 25% a 30% em relação ao valor atualmente pago.