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Porque subiram os preços de insumos no Brasil?

Cenário econômico global continua sob o impacto das restrições impostas pela pandemia de Covid-19



Foto: Marcel Oliveira

A alta do dólar norte-americano em relação ao brasileiro Real, bem como o aumento nos custos internacionais de matérias-primas e transporte estão entre as causas da elevação do preço dos insumos agrícolas no Brasil. A explicação foi dada por Christian Lohbauer, presidente Executivo da CropLife Brasil (CLB), ao portal especializado AgroPages.

A CLB é uma associação que reúne as maiores empresas de diferentes segmentos que trabalham com pesquisa, desenvolvimento e inovação nas áreas de germoplasma, biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos. O objetivo, de acordo com a própria organização, é “promover a inovação e o manejo integrado das tecnologias no campo”.

De acordo com Christian Lohbauer, o cenário econômico global “continua sob o impacto das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. Entre outros aspectos, a crise sanitária mundial tem causado escassez de ativos básicos e, consequentemente, aumento nos custos de matérias-primas para a produção de insumos agrícolas como sementes, fertilizantes e defensivos”. 

“Os preços de matérias-primas, inclusive para embalagens (papelão e resinas), foram bastante impactados. O mesmo aconteceu com o custo logístico internacional”, explica o presidente Executivo da CropLife Brasil.

Ele afirma que os insumos agrícolas sofrem impacto das dinâmicas do mercado internacional, especialmente, quando envolvem fornecedores importantes como a China e a Índia: “Para se ter uma ideia, o valor do frete marítimo da China para o Brasil praticamente triplicou nos últimos meses devido à falta de navios e contêineres para transporte. E a tendência é de que estes preços sigam aumentando nos próximos meses”. 

“Desde 2020, essa conjunção de fatores vem causando significativo aumento nos custos de produção de insumos agrícolas no Brasil. No entanto, a indústria não vinha repassando a elevação de custos para os produtos comerciais. Prova disso, é que os preços dos defensivos químicos no mercado interno, por exemplo, subiram apenas 1,4% entre as safras 2019/20 e 2020/21”, conclui.

Diversas companhias agroquímicas brasileiras enviaram comunicados aos seus clientes avisando da majoração de preços de seus produtos. Uma delas foi a FMC, que explicou ao AgroPages que mandou a carta para “contextualizar todos a respeito dos constantes aumentos de custo de produção de insumos agrícolas e, com transparência e respeito, comunicar que fará reposicionamento de preços”.

“A mensagem teve o caráter de fortalecer a parceria e, reforçar que essas medidas são necessárias para manter na cadeia de produção e distribuição, o compromisso com a demanda dos agricultores, para que possamos, juntos, continuar contribuindo com o agronegócio de forma sustentável”, disse a FMC. 

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