Ponta Grossa inicia hoje revolução ovina e prepara Rally do Cordeiro
Cidades dos Campos Gerais recebem até o final de semana comitivas de todo o Brasil para a Feira Nacional Itinerante de Ovinos (Fenovinos) e a 1ª Fenovinos Paraná
O Paraná começa hoje a ‘corrida do cordeiro’. Liderado por Ponta Grossa, onde acontece a 30ª edição nacional da Feira Nacional Itinerante de Ovinos (Fenovinos) e a 1ª Fenovinos Paraná, o estado busca se profissionalizar na criação e venda de carne de cordeiro. De quebra, será realizado no local o 3º Encontro Mercadológico da Carne.
“O Brasil produz menos de 20% da carne [ovina] que consome. Todo o resto é importado”, afirma Izaltino Correia dos Santos, gerente de produção animal da Fazenda Escola da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Do volume importado em 2014, ceraca de 90% foi do Uruguai. Argentina, Chile e Nova Zelândia participaram com 5%, 3% e 0,4% respectivamente, segundo o Ministério da Agricultura.
É justamente os 80% restantes do mercado que entraram na mira do Paraná. Para isso, junto com o secretário da Agricultura e Pecuária da cidade, Inovei Afonso e o presidente Sociedade Rural de Ponta Grossa, Edilson Gorte, Izaltino foi à Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, em Porto Alegre, buscar a realização do evento nacional.
“Apresentamos o projeto e ganhamos a 30ª edição. Eles sugeriram a criação da Fenovinos Paraná, pois mostramos a grandeza do projeto”, explica o secretário.
Afonso espera que quase 300 pessoas por dia, vindas de todo o Brasil, passem pelo Centro Agropecuário Municipal, onde ocorrem os eventos. “Apenas duas vezes a Fenovinos foi para fora do Rio Grande do Sul, as duas aqui em Ponta Grossa”, completa.
Gorte, da Sociedade Rural, destaca a importância do projeto: “Temos que buscar novas alternativas para os produtores e essa é uma oportunidade para qualquer um. A agricultura familiar pode se beneficiar, pois a ovinocultiura não é tão complexa quanto a pecuária de corte, por exemplo, e tem baixo custo. E outra coisa: das carnes vermelhas, a de cordeiro é a mais saudável”. O primeiro passo foi dado antes da feira, com a criação de uma cooperativa para ampliar a produção: a Coopegera.
Rally com os melhores do mundo
Para a feira, que acontece de 17 a 23 de julho, um cuidado especial foi tomado na seleção de palestrantes. “Como 40% da produção do mercado mundial é da Nova Zelândia, buscamos os maiores especialistas do planeta, que são daquele país”, conta Izaltino Correia. Na lista dos palestrantes está o neozelandês Robin Hilson, ‘produtor modelo’ do país.
Direto da Espanha virá também o doutor Carlos Canuto, que irá apresentar um estudo sobre aceitabilidade de produtos cárneos. Contemplando o encontro mercadológico, o evento falará também da pecuária de corte, em geral. “O Canuto é o maior especialista sobre qualidade de carne do mundo”, afirma Gorte. Haverá ainda palestras com pesquisadores doutores do Iapar e da UFPR sobre gestão de propriedades rurais.
Como diferencial, na quarta-feira (19) também acontece o Rally do Cordeiro. Os convidados sairão em comboio ao centro de genética da Faculdades Cescage, em Ponta Grossa, pela manhã, e depois irão a uma das propriedades referência dos Campos Gerais na criação de ovinos.
Na quinta-feira (20) é a vez do Rally da Pecuária, que passará por três fazendas. O objetivo é apresentar a qualidade da pecuária na região e incentivar o comércio de gado e carne, inclusive com a presença de restaurantes que estarão presentes no evento.
“Em Ponta Grossa teremos a vantagem do comércio e leilão de animais de todo o Brasil, o que não acontece no Rio Grande do Sul, uma vez que os animais não têm autorização para passar por Santa Catarina, que, por ser um estado com selo de livre da febre aftosa, não permite a circulação de animais sem a realização de quarentena”, comenta o secretario Inovei Afonso.
Além do leilão e do comércio, também haverá a premiação nacional e regional dos melhores rebanhos por meio de rankings.