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Plantio de soja no Brasil começa lento com a falta de chuvas e pressões de mercado, aponta CEEMA

Em MT, plantio da oleaginosa atingiu 0,27% da área prevista



Foto: Sheila Flores

O mercado de soja no Brasil enfrenta um início de safra mais lento do que o esperado, com apenas 0,5% da área plantada até o final desta semana, de acordo com a análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA). A ausência de chuvas regulares e o impacto das queimadas em diversas regiões têm sido fatores determinantes para esse atraso, sendo que, no mesmo período do ano passado, o plantio já cobria 1,6% da área.

Em Mato Grosso, o principal estado produtor de soja no Brasil, o plantio da oleaginosa atingiu 0,27% da área prevista, enquanto o Paraná, outro grande produtor, já semeou 10% da área projetada, uma desaceleração em comparação aos 16% registrados no mesmo período de 2023.

Apesar do início lento, a projeção para a produção da safra de soja 2024/25 permanece robusta. Segundo dados da consultoria Safras & Mercado, o Brasil pode alcançar um recorde de 171,8 milhões de toneladas de soja, o que representaria um aumento de 12,8% em relação à safra anterior, que foi prejudicada por condições climáticas adversas. Essa produção se daria sobre uma área de 47,4 milhões de hectares semeados.

Em termos de preços, a análise do CEEMA destaca que, embora o câmbio tenha exercido pressão de estabilização sobre os valores no mercado doméstico, os prêmios acima de US$ 1 por bushel nos portos nacionais mantiveram os preços médios da soja elevados. No Rio Grande do Sul, o valor médio fechou a semana em R$ 122,52 por saco, enquanto outras regiões do Brasil oscilaram entre R$ 119,00 e R$ 134,00 por saco.

Além disso, a indústria de esmagamento de soja no Brasil também sinaliza crescimento. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta um aumento de 8% no volume esmagado este ano, impulsionado pela expectativa de elevação da mistura de biodiesel ao diesel fóssil em 2025. Cerca de 75% do biodiesel produzido no Brasil tem como base o óleo de soja. Com esse incremento, a capacidade total de esmagamento no país pode chegar a 78,5 milhões de toneladas nos próximos 12 meses.

Essa movimentação, porém, ocorre em um contexto de ociosidade industrial significativa, com 25% da capacidade instalada não utilizada, sendo que 113 das 132 indústrias de processamento estão atualmente em operação, majoritariamente no Centro-Oeste, responsável por 44% do total processado no Brasil.

O mercado brasileiro de soja segue observando os impactos climáticos e as movimentações cambiais, em um momento de alta expectativa para a safra 2024/25.

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