Plano prevê dependência menor do país em fertilizantes
Reinhold Stephanes confirmou que a Petrobras deve construir duas unidades para a elaboração de nitrogenados
Até dezembro deve ficar pronto o plano do governo federal para que o país alcance a auto-suficiência na produção de nitrogenados e derivados de fósforo num período de cinco a dez anos. Os dois produtos, ao lado do potássio, são os elementos básicos dos fertilizantes.
No 7º Congresso Brasileiro de Agribusiness, em São Paulo, o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura) confirmou que a Petrobras deve construir duas unidades para a elaboração de nitrogenados, uma em Mato Grosso e outra na região Sudeste. Quanto aos derivados de fósforo, "o Brasil tem jazidas suficientes para se tornar independente", disse.
O país tem de importar 91% do potássio de que necessita. Stephanes afirmou que essa dependência pode ser reduzida. De duas jazidas em Sergipe, apenas uma vem sendo explorada. O ministro citou outra área de produção em Nova Olinda do Norte (AM) e "novas ocorrências no Recôncavo Baiano".
Aquecimento global
Na apresentação do estudo "Aquecimento Global e a Nova Geografia da Produção Agrícola no Brasil", o pesquisador Eduardo Assad, chefe da Embrapa Informática Agropecuária, ressaltou duas frentes de atuação imediata.
A primeira é atuar com rigor na fiscalização contra o desmatamento. "De 1º a 9 deste mês, o Inpe constatou 1.004 focos de queimadas no país", disse Assad. A outra conclusão do trabalho, realizado com a Unicamp, mostra a necessidade de desenvolver variedades tolerantes à deficiência hídrica. Assad estima serem necessários R$ 300 milhões em pesquisas de melhoramento genético vegetal. Stephanes afirmou que, nessa área, há cerca de 220 projetos em andamento. Os recursos estão previstos no "PAC da Embrapa".