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Pesquisa revela potencial catarinense para produzir café especial

Cultivado em sistemas agroflorestais, o café catarinense tem apelo ambiental e econômico



Foto: Pixabay

Os cafezais que crescem no Leste de Santa Catarina sob a sombra da Mata Atlântica ou de outros cultivos agrícolas como bananeiras podem dar origem a um café especial, com alto apelo econômico e ambiental.

Um estudo realizado em uma parceria da Epagri com o Instituto Federal Catarinense (IFC) campus Araquari e com o Instituto Federal do Sul de Minas campus de Machado mostrou que o café arábica variedade mundo novo, produzido sob a sombra de bananais orgânicos em Araquari, se enquadra como café especial excelente.

A pesquisa ainda aponta que Santa Catarina possui áreas com condições climáticas potencialmente aptas para o cultivo de café arábica especial, considerando a colheita seletiva e adequado processamento pós-colheita para explorar a máxima qualidade sensorial e evitar defeitos físicos nos grãos. Ainda são necessários mais estudos, tanto sobre a adaptabilidade ao grão ao litoral catarinense, como do manejo de cultivo e pós-colheita. 

“Queremos mostrar o potencial que tem o café especial arábica para a região litorânea de Santa Catarina. Cultivado em sistemas agroflorestais, ele pode ser usado como estratégias de restauração e uso econômico de áreas de preservação permanente nas propriedades rurais familiares”, descreve Fábio Zambonim, pesquisador da Epagri. 
Pesquisadores da Epagri/Ciram delimitaram mapa com região potencialmente apta e apontam que muitos agricultores familiares já têm renda com o cultivo. 

A cafeicultura já foi uma atividade de expressão econômica em Santa Catarina. Os grãos colhidos no território catarinense eram utilizados para compor e melhorar lotes exportados para mercados mais exigentes, como Uruguai e Holanda.

O cenário mudou na década de 1960, como resultado de uma política pública nacional de erradicação de cafezais para regulação dos estoques mundiais do grão. A partir daí a produção de café no Leste catarinense migrou do status comercial para uma cultura de subsistência. No entanto, levantamento realizado pelo IBGE em 2017 mostrou que pequenos cultivos isolados se mantiveram em 15 municípios de Sul a Norte da costa catarinense, evidenciando a adaptabilidade da cultura às condições de clima e relevo da região.
 

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