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Pesquisa revela benefícios do ácido cítrico na dieta de tilápias

A disponibilidade e o aproveitamento do fósforo e do cálcio pelos peixes aumentaram


Foto: Divulgação

Uma pesquisa realizada por cientistas da Embrapa Meio Ambiente (SP) e da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) revelou resultados promissores sobre o uso do ácido cítrico como aditivo alimentar na dieta de tilápias. O estudo mostrou que a suplementação com ácido cítrico aumentou a disponibilidade e o aproveitamento de fósforo em mais de 42% e de cálcio em mais de 47%. Além disso, a morfologia intestinal das tilápias foi positivamente afetada, sugerindo uma melhora na saúde gastrointestinal dos peixes, conforme o divulgado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Segundo a Embrapa, o ácido cítrico, um ácido orgânico de custo acessível e sabor agradável, tem sido usado como aditivo alimentar para diversas espécies de animais de interesse zootécnico. No entanto, informações sobre seu uso em organismos aquáticos ainda são limitadas, o que motivou este estudo focado nos efeitos do ácido cítrico no crescimento e na saúde da tilápia (Oreochromis niloticus), a espécie de peixe mais produzida no Brasil.

Hamilton Hisano, coordenador da pesquisa e pesquisador da Embrapa, destaca que a adição de ácido cítrico nas rações para tilápias não apenas melhorou a disponibilidade de fósforo e cálcio, mas também impactou positivamente a morfologia intestinal dos peixes. “Embora a suplementação de ácido cítrico não tenha influenciado significativamente o crescimento ou a composição corporal das tilápias, a melhora no aproveitamento de macrominerais, especialmente o fósforo, é crucial para o desenvolvimento de dietas ambientalmente amigáveis, já que isso reduz a liberação de fósforo nos ecossistemas aquáticos, um dos principais poluentes desses ambientes”, explica Hisano.

"Outro benefício da suplementação com ácido cítrico é a melhoria do estado imunológico dos peixes, o que pode contribuir para a redução do uso de antimicrobianos na produção e favorecer a imagem do produto junto ao mercado consumidor, considerando que o uso de tais substâncias na alimentação animal é uma preocupação global devido aos riscos à saúde humana", explica Ricardo Borghesi, pesquisador da Gerência-Geral de Parcerias da Embrapa.

Parte da pesquisa foi financiada pelo projeto BRS Aqua, que visa fortalecer a infraestrutura de pesquisa da Embrapa, gerando e transferindo tecnologias para o desenvolvimento da aquicultura brasileira com foco na inovação, contribuindo para o aumento da produção e competitividade da cadeia nacional do pescado, de acordo com a Embrapa.

A incorporação de ácido cítrico em rações dietéticas ocorre geralmente em concentrações de 1% a 4%, sendo utilizado principalmente por seus efeitos benéficos no crescimento dos animais. “Estamos trabalhando intensamente para melhorar a absorção de cálcio e fósforo, com especial atenção ao fósforo, que é um poluente aquático. Estamos atentos à tendência mundial de desenvolver rações mais amigáveis ao meio ambiente. Essa abordagem abre a possibilidade de criar um selo de Ração de Menor Impacto Ambiental”, prevê Hisano. Ele também defende que as certificadoras considerem como esses aditivos podem promover não apenas o crescimento e a saúde dos peixes, mas também minimizar o impacto ambiental.

Os autores do estudo são Hamilton Hisano, Giovanni Ferri e Alex Júnio Cardoso, da Embrapa Meio Ambiente, Israel Cardoso e Michelly Pereira Soares, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e Ricardo Borghesi, da Gerência-Geral de Parcerias da Embrapa.

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