Perspectivas para a soja são boas, mas ainda é preciso atenção
Em várias regiões do país, análises via satélite e o Índice de Vegetação (IV) estão apontando uma predominância de anomalias negativas
A safra de verão 2023/24 no Brasil está trazendo uma série de indicadores variados para os produtores de soja, de acordo com o recente Boletim de Monitoramento Agrícola divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em várias regiões do país, análises via satélite e o Índice de Vegetação (IV) estão apontando uma predominância de anomalias negativas, indicando pouca biomassa. Esse cenário sinaliza o início antecipado da safra, gerando desafios e oportunidades para os agricultores em todo o território nacional.
Contrastando com esse panorama, áreas específicas, como o Sul Goiano e o Oeste Paranaense, mostram o vigor da vegetação acima do que seria esperado para o período. Neste caso, o maior vigor registrado pelos satélites, indica que o plantio nessas regiões ocorreu mais cedo em comparação com safras anteriores, e as lavouras estão em boas condições. Esse avanço no calendário de plantio foi impulsionado pelo término do vazio sanitário e pela colheita antecipada de cultivos de inverno e de segunda safra.
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O meteorologista do Portal Agrolink, Gabriel Rodrigues, faz uma análise baseada nos dados divulgados pela Conab e ressalta que, o Oeste Paranaense merece destaque, já que a semeadura na região começou mais cedo graças às condições favoráveis do solo e do clima. Isso resultou em um maior número de áreas com médios valores do IV, sinalizando que parte das lavouras já está em um estágio mais avançado de desenvolvimento.
As condições gerais apresentam um bom sinal para os produtores, sinalizando a normalidade no progresso da semeadura dos cultivos de primeira safra. A expectativa é de que essa tendência se mantenha ou até se intensifique, especialmente diante de melhores condições de umidade no solo.
Gabriel ainda ressalta que, existe um fator de preocupação nesta safra, especialmente em Mato Grosso, Goiás e norte do Mato Grosso do Sul onde as chuvas estão ocorrendo de forma extremamente irregular, aliadas à uma sequência de dias com temperaturas máximas acima dos 40°C neste mês. Além disso, o monitoramento via satélite, também indica temperaturas acima dos 60°C na superfície, o que impede uma recuperação hídrica mais efetiva por efeitos de evaporação.
A análise foi feita por Gabriel Rodrigues, meteorologista do Portal Agrolink, com base nos dados do Boletim de Monitoramento Verão-Inverno-Outubro 2023 da Conab.
A revisão é de Aline Merladete.