Pecuária brasileira será rastreada?
"Nesse período, o plano será regulamentado e desdobrado em leis"
No dia 17 de dezembro, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, lançou o Plano Nacional de Rastreabilidade na Pecuária, que estabelece a obrigatoriedade da brincagem de bovinos e bubalinos em todo o Brasil. Com um prazo de dois anos para a implementação dos sistemas de registro do gado pelos estados, o plano visa promover a evolução da pecuária brasileira, atendendo a mercados mais exigentes e melhorando a performance sanitária e socioambiental.
Marina Guyot, gerente de Políticas Públicas do Imaflora, destacou que o plano é um "primeiro passo positivo" e que os pecuaristas terão seis anos para se adaptar antes de sofrer penalizações. “Nesse período, o plano será regulamentado e desdobrado em leis e definições de como deve se dar sua implementação. É um primeiro passo muito positivo e que sinaliza vontade política de promover o avanço da pecuária brasileira para atender mercados e melhorar a performance sanitária e potencialmente socioambiental”, comenta.
Embora o prazo seja longo, Marina defende que a rapidez na implementação depende de incentivos financeiros e assistência técnica aos produtores. Estados como Pará, Santa Catarina e São Paulo já iniciaram planos de rastreabilidade, alinhados às diretrizes do Ministério da Agricultura (MAPA). A antecipação de estados como o Pará, que planeja rastrear todo o rebanho até 2026, trará vantagens competitivas em mercados exigentes, como China e Europa, que já requerem rastreabilidade individual para a carne bovina.
A rastreabilidade não só melhora o controle sanitário e a gestão do rebanho, mas também facilita o acesso a crédito, como o protocolo da Febraban, que entra em vigor voluntariamente no final de 2025 e exigirá monitoramento de fornecedores. A adoção do sistema também contribui para a sustentabilidade do setor agroalimentar, uma medida essencial diante das mudanças climáticas.