A Cooperativa Central de Laticínios do Paraná (CCLPL) conseguiu uma liminar na Justiça que determina a retirada do controle acionário da empresa Batávia S.A. das mãos da Parmalat. A CCLPL, a catarinense Agromilk e a Parmalat se associaram em 1998, quando a multinacional italiana adquiriu, por R$ 140 milhões, 51% do capital da antiga cooperativa Batavo. Na época, a central paranaense ficou com 45,5% de participação e a Agromilk, com 3,5% das ações.
A decisão, da juíza Denise Comel, da Comarca de Castro (PR), exclui a Parmalat da sociedade sob alegação de que a crise da companhia poderia comprometer os negócios da Batávia. Segundo Marcelo Bertoldi, advogado que representa as cooperativas, desde janeiro, quando foi decretada a concordata da multinacional italiana no Brasil, a Batávia passou a sofrer sérias restrições de crédito por parte dos bancos e enfrentar dificuldades de negociações com fornecedores, que exigiam o pagamento à vista das encomendas.
Ação judicial
"A Parmalat passou a representar um risco para a Batávia, o que levou a uma ação judicial de apuração de haveres e exclusão da sociedade", afirma o advogado.
A liminar, divulgada no último sábado, ainda pode ser derrubada no Tribunal de Justiça do Paraná. A Parmalat informou, por meio de sua gerência de comunicação, que ainda não foi notificada e só vai se pronunciar depois de ser comunicada da decisão da Justiça.
A central paranaense - formada pelas cooperativas Castrolanda, Cooperativa Pecuária e Agrícola (Capal) e Batavo, deve convocar para os próximos dias uma assembléia para definir o novo presidente da Batávia, cargo ocupado, até agora, pelo presidente da Parmalat do Brasil, Ricardo Gonçalves.
Preferência na compra
A Justiça também deve determinar nos próximos dias uma análise do valor da cota-parte da Parmalat na Batávia. As cooperativas têm preferência na compra das ações e apesar dessa alternativa ser a mais viável, ainda não há uma posição fechada entre os acionistas sobre o assunto. Outras possibilidades são a cessão da parte da sócia italiana aos credores ou a venda do controle a algum outro grupo.
A Batávia é uma das principais empresas da multinacional italiana no Brasil. Com sede em Carambeí (PR), tem atuação concentrada nos mercados de carnes e lácteos, com faturamento anual de R$ 500 milhões. A empresa processa 20 milhões de litros por mês e emprega 1,7 mil funcionários.
Em 2003, a Parmalat transferiu para a empresa toda a operação de refrigerados das unidades localizadas na região Centro-Sul do País. Com o fechamento das unidades desse segmento em Porto Alegre (RS) e em Jundiaí (SP), a Batávia se tornou responsável por produzir, distribuir e vender todos tipos de iogurtes e de sobremesas lácteas da Batavo e da Parmalat.
Para a modificação, foram investidos R$ 7 milhões no projeto, que permitiu à empresa duplicar sua capacidade de produção.
Com um portfólio de mais de 300 itens de produtos industrializados, a empresa tem forte atuação na Região Sul do Brasil, onde detém cerca de 14% de mercado.
Embora a Parmalat esteja operando com apenas 40% de sua capacidade no Brasil, Bertoldi afirma que a Batávia continua funcionando normalmente. Ainda segundo informações do advogado, a empresa também não enfrenta problemas com atraso de pagamento de fornecedores e salários.
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