Paraná declara situação de emergência fitossanitária para combater o greening nos citros
O Paraná oficializou uma situação de emergência fitossanitária para combater a principal praga que afeta os cultivos de citros
O Estado do Paraná oficializou uma situação de emergência fitossanitária para combater o greening, a principal praga que afeta os cultivos de citros em nível global. O Decreto 4502, com esse propósito, foi publicado na terça-feira (26). O objetivo é agir com mais agilidade e eficácia no controle da doença e do inseto transmissor, o psilídeo Diaphorina citri Kuwayama. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).
"Os agricultores estão sujeitos a várias interferências naturais, sejam elas climáticas, doenças ou pragas, já que realizam suas atividades a céu aberto", destacou o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. "O decreto de emergência fitossanitária é uma medida drástica, porém nos dá a capacidade de tomar ações necessárias de forma mais efetiva na tentativa de controlar o problema, considerando a importância da citricultura para o Estado."
Entre as boas práticas para combater o greening estão a erradicação de plantas doentes seguida pelo plantio de mudas sadias provenientes de viveiros registrados, bem como o controle eficiente do inseto através de métodos biológicos e químicos. A praga tem sido mais frequente na região Noroeste, onde está concentrada a maior parte dos plantios comerciais de citros, mas também tem se expandido para o Norte do Estado.
Desde a detecção do aumento anormal da doença, o Estado tem se mobilizado para ações de prevenção e controle do greening, conhecido também como HLB (Huanglongbing) ou amarelinho. No final de julho, uma Nota Técnica orientativa foi divulgada e, no mês seguinte, teve início a Operação BIG Citros, com foco em conscientização, fiscalização e reforço de ações no campo, incluindo a distribuição do material informativo "Todos contra o greening".
As ações são coordenadas pelo Governo Estadual, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), em parceria com entidades de pesquisa agropecuária, cooperativas, prefeituras e setor industrial.
Uma das estratégias para evitar a propagação da doença é o cultivo de mudas sadias, de qualidade e provenientes de viveiros registrados. No Paraná, a venda de plantas por ambulantes é proibida. Além disso, o controle do psilídeo pode ser feito através da Tamarixia radiata, uma vespa parasitoide criada em laboratório, incluindo nas instalações do IDR-Paraná.
No campo, as Tamarixia procuram os ninhos do Diaphorina citri para depositar seus ovos sob as ninfas (forma jovem), servindo como alimento para as larvas. Cada vespinha é capaz de eliminar até 500 psilídeos, o que reduz significativamente o número de vetores e a incidência da doença. O uso dessa abordagem biológica, como uma alternativa complementar para combater o greening, também implica em menor aplicação de inseticidas.
Práticas como adubação adequada, irrigação de qualidade e cobertura vegetal são aliadas importantes para o rápido desenvolvimento das plantas, reduzindo a exposição ao inseto transmissor, pois a transmissão é mais comum em brotos do que em folhas adultas. O monitoramento e controle do inseto vetor devem ser realizados seguindo orientações técnicas, incluindo a instalação de armadilhas amarelas e a contagem a cada sete dias.