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Paraguai tem novo foco de febre aftosa



O fantasma da febre aftosa voltou a assustar o Cone Sul ontem (13-07). O presidente do Serviço Nacional de Saúde Animal (Senacsa) do Paraguai, Gerardo Bogado, confirmou a existência de um foco de febre aftosa na fronteira do país com a Argentina e com a Bolívia. Bogado disse ainda que, como medida preventiva, 95 cabeças de gado serão sacrificadas até hoje.

O foco foi detectado em uma colônia indígena, em Pozo Hondo, na localidade de Boquerón (região pouco povoada do chaco paraguaio), a 700 quilômetros ao Noroeste de Assunção, a três quilômetros da Argentina e a sete quilômetros da Bolívia, segundo Bogado. O presidente do Senacsa disse que os exames médicos apresentaram resultado positivo em 13 de 17 amostras. "As 95 cabeças de gado serão sacrificadas com o uso do rifle sanitário até hoje", disse Bogado.

O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do Ministério da Agricultura brasileiro, Ruy Vargas, afirmou desconhecer qualquer nota oficial do Paraguai. Mas adiantou que, assim que isso ocorrer, o governo brasileiro tomará todas as providências para que os focos não cheguem ao país. As primeiras medidas seriam suspender o comércio de animais, produtos e subprodutos de carne. E as fronteiras com o país vizinho seriam reforçadas imediatamente. "Não podemos correr risco algum. Estamos há dois anos sem registrar qualquer foco da enfermidade", afirmou Vargas.

Segundo Bogado, a comunidade indígena onde o surto foi verificado é seminômade e, por isso, é possível que o gado não esteja vacinado. O ministro da Agricultura, Darío Baungarten, informou que o governo já acionou, por decreto, o Sistema Nacional de Emergência Sanitária para controlar o foco de aftosa. "Todas as medidas estão sendo tomadas para evitarmos a proliferação", disse o ministro Baungarten.

Países vizinhos e OIE serão comunicados

Bogado afirmou ainda que vai notificar o caso à Organização Internacional de Epizootias (OIE), o maior organismo mundial de saúde animal. Também serão notificados os países vizinhos e as nações que compram carne paraguaia. O Paraguai, que tem cerca de 9 milhões de cabeças de gado, suspendeu grande parte de suas exportações de carne no final de 2002 por causa de um surto de febre aftosa em uma fazenda a noroeste de Assunção.

Por não ter saída para o mar, o Paraguai depende muito de seus vizinhos para o comércio internacional. O país vacinou seu rebanho este ano na tentativa de recuperar o certificado de erradicação da aftosa. A carne é o terceiro produto de exportação do Paraguai, depois da soja e do algodão.

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